ATA DA TRIGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 13.05.1996.

 

Aos treze dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Trigésima Segunda Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Senhor Prefeito Municipal, 01 Ofício nº 188/96, solicitando seja retirado de tramitação o Projeto de Lei do Executivo nº 12/96 (Processo nº 718/96) e 01 Projeto de Lei do Executivo nº 27/96 (Processo nº 1338/96); pelo Ver. Elói Guimarães, 01 Requerimento solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 84/95 (Processo nº 1826/95); pelo Ver. Lauro Hagemann, 01 Requerimento solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 12/94 (Processo nº 905/94) e 01 Requerimento solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 35/95 (Processo nº 1018/95.) Do EXPEDIENTE constaram Ofícios nºs 176, 182/96, do Senhor Prefeito Municipal, 02/96, do Ver. Fernando Záchia, 52/96, do Ver. Acenor Klipel, Presidente da Câmara Municipal de São Francisco de Paula, 61, 62 e 71/96, do Senhor Cézar Augusto Busatto, Secretário de Estado da Fazenda; Cartões: da Senhora Laís Salengue, Diretora Superintendente da Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN, do Senhor Alberto Walter de Oliveira, Secretário de Estado do Turismo, da Senhora Iara Wortmann, Secretária de Estado da Educação, do Deputado Estadual Eliseu Santos. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, Tribuna Popular, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Jorge Krieger de Mello, da Associação Cristóvão Colombo, que teceu considerações e esclarecimentos sobre o Festival do Chope na Avenida. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Reginaldo Pujol discorreu sobre o tema da Tribuna Popular, externando seu posicionamento sobre a realização do Festival do Chope na Avenida. O Ver. João Dib reportou-se ao tema da Tribuna Popular, manifestando seu apoio à Associação Cristóvão Colombo no desempenho de suas atividades. O Ver. Isaac Ainhorn, falando sobre o tema da Tribuna Popular, reconheceu o grande papel social desempenhado pela Associação Cristóvão Colombo. A seguir, o Senhor Presidente apregoou Licenças para Tratamento de Saúde dos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Giovani Gregol, dando posse, respectivamente, aos Suplentes Gerson Almeida e Darci Campani, informando que Suas Excelências integrarão a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação e Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Às quinze horas e dois minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e seis minutos, constatada a existência de "quorum". Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Luiz Braz, dizendo de sua consideração pela Associação Cristóvão Colombo, teceu comentários sobre a realização do Festival do Chope na Avenida. O Ver. Antonio Hohlfeldt apresentou denúncias sobre irregularidades na fiscalização da Secretaria Municipal dos Transportes. O Ver. Henrique Fontana comentou a interposição de recurso, pela Bancada do PT, atinente à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito que trata da má utilização da máquina administrativa pelo candidato Raul Pont. O Ver. Luiz Negrinho teceu considerações sobre sua participação no Congresso Latino-Americano de Legisladores Municipais, realizado em cidades da serra gaúcha. A Vera. Clênia Maranhão abordou a problemática dos moradores do Parque dos Maias e da respectiva Comissão Externa que trata deste assunto. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram o Projeto de Lei do Executivo nº 25/96, discutido pelo Ver. João Dib e o Projeto Resolução nº 09/96; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 23/96; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 21/96, discutido pelos Vereadores Dilamar Machado, José Valdir, Maria do Rosário e Antonio Hohlfeldt. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. João Verle solicitando seja alterada a ordem de votação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 02/95, de autoria do Ver. Décio Schauren, passando o mesmo a ser votado por último. Em continuidade, em Discussão Geral e Votação Nominal esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 07/96, de autoria do Ver. Luiz Braz, que após discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e João Dib, foi aprovado por vinte e oito Votos SIM, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Dilamar Machado, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Gerson Almeida e Darci Campani. A seguir, em Discussão Geral e Votação Nominal esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 21/96, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que após ser encaminhado pelos Vereadores João Dib e Reginaldo Pujol, foi aprovado por vinte e nove Votos SIM, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Gerson Almeida e Darci Campani. Em continuidade, em Discussão Geral e Votação Nominal esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 24/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que foi aprovado por vinte e oito Votos SIM, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Dilamar Machado, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Gerson Almeida e Darci Campani. Em Questão de Ordem o Ver. João Dib indagou à Mesa se, as Emendas apresentadas ao Requerimento nº 10/94, de autoria do Ver. João Verle, estavam de acordo com o Regimento desta Casa. Também em Questão de Ordem o Ver. Wilton Araújo pediu esclarecimentos com relação aos Vereadores que discutiram e encaminharam o Requerimento nº 10/94. Às dezesseis horas e quarenta e seis minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às dezesseis horas e cinqüenta e seis minutos. Em continuidade, o Senhor Presidente respondeu as Questões de Ordem dos Vereadores Wilton Araújo e João Dib, informando que doze Vereadores discutiram o Requerimento nº 10/94 e que o número de Emendas apresentadas ao mesmo são regimentalmente cabíveis. A seguir, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Dilamar Machado e João Verle, foi aprovado em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, o Projeto de Resolução nº 10/94 com ressalva às Emendas e Subemendas, por dezenove votos SIM, um NÃO e cinco ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas, Gerson Almeida e Darci Campani, Não o Ver. Dilamar Machado e optando pela Abstenção os Vereadores Elói Guimarães, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Nereu D'Ávila e Wilton Araújo. Em prosseguimento, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Verle, Airto Ferronato, Dilamar Machado, Antonio Hohlfeldt, Jocelin Azambuja e Reginaldo Pujol, foram rejeitados, ficando prejudicada a Emenda nº 4, por dezoito votos NÃO, e dez SIM, os dispositivos destacados, os parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º, do artigo 20 do Projeto de Resolução nº 10/94, votando Não os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo e votando Sim os Vereadores Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Maria do Rosário, Gerson Almeida e Darci Campani. A seguir, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Nereu D'Ávila, João Verle, Jocelin Azambuja, Raul Carrion, João Dib e Reginaldo Pujol, foi rejeitado, ficando prejudicada a Emenda nº 15, o dispositivo destacado, inciso I do artigo 5º do Projeto de Resolução nº 10/94, por dezesseis votos SIM, seis NÃO e uma ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Raul Carrion, Gerson Almeida e Darci Campani, e Não os Vereadores Dilamar Machado, Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol, optando pela Abstenção o Ver. Luiz Negrinho. Logo após foi aprovada a prorrogação da presente Sessão por mais duas horas. Em prosseguimento, o Ver. Reginaldo Pujol solicitou verificação de "quorum", e constatada a inexistência do mesmo, às dezoito horas e quarenta e seis minutos o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Mário Fraga e Edi Morelli e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Reginaldo Pujol. Do que eu Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

ERRATA

 

ATA DA TRIGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA – EM 13.05.1996.

 

- Durante a ORDEM DO DIA, após os registros referentes à votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 24/96, onde se lê: “(...) Em Questão de Ordem o Ver. João Dib indagou à Mesa se, as emendas apresentadas ao Requerimento nº 10/94, de autoria do Ver. João Verle, estavam de acordo com o Regimento desta Casa. Também em Questão de Ordem o Ver. Wilton Araújo pediu esclarecimentos com relação aos Vereadores que discutiram e encaminharam o Requerimento nº 10/94 (...)”, leia-se “(...) Em Questão de Ordem, o Ver. João Dib indagou à Mesa se as Emendas apresentadas ao Projeto de Resolução nº 10/94, de autoria do Ver. João Verle, estavam de acordo com o Regimento desta Casa. Também, em Questão de Ordem, o Ver. Wilton Araújo pediu esclarecimentos com relação aos Vereadores que discutiram e encaminharam o Projeto de Resolução nº 10/94 (...)”.

 

- Após os registros referentes à aprovação da prorrogação dos trabalhos da Sessão, deve ser acrescentado: “(...) Também, para votação em destaque, foi apregoada a Emenda nº 07 ao Projeto de Resolução nº 10/94, a qual foi encaminhada à votação pelo Ver. João Verle, não sendo votada face à inexistência de ‘quorum’(...)”.

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Jorge Krieger de Mello, representando a Associação Cristóvão Colombo, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. JORGE KRIEGER DE MELLO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Srs. componentes da Mesa, Senhores componentes da Diretoria da Associação Cristóvão Colombo. É com orgulho que na qualidade de Cidadão de Porto Alegre, título concedido por unanimidade por esta Câmara e por estes componentes, que nos identifica muito com V. Exas., principalmente agora, pertencendo ao Conselho de Cidadãos, vamos procurar fazer jus a este honroso título que nos foi outorgado na Comissão de Justiça e Segurança para podermos trabalhar juntos, principalmente junto à comunidade. A Associação Cristóvão Colombo tem merecido, de parte das autoridades estaduais e municipais, principalmente desta Câmara, os maiores e melhores apoios quando a essas autoridades e a esta Câmara recorreu. Nós temos, através de 25 anos, prestado um serviço desinteressado à comunidade porto-alegrense e nos causa orgulho também dizer que, no momento em que recebemos o honroso título desta Casa, nós não éramos, nem tínhamos sido, Presidente da Associação Cristóvão Colombo. Embora não moremos na Zona Norte, entendemos que a Zona Norte precisa – muito – da colaboração de todos os cidadãos bem-intencionados desta Capital. Por isso, nos pusemos em campo para trazermos um pouco mais de benefícios aos menos afortunados, sob a jurisdição da Associação Cristóvão Colombo. E quando dizemos menos afortunados, nos referimos à própria população, porque toda a população é desamparada; toda a população, embora contribua com impostos, com taxas e com o seu trabalho, muitas vezes se vê desamparada, sem ter a quem recorrer, porque não seria justo se tivessem todos que recorrer aos nossos Vereadores. É preciso que a própria coletividade trabalhe por essa mesma comunidade. E é o que nós, diretores da Associação Cristóvão Colombo, temos procurado fazer.

Nós encontramos homens que trabalham – todos eles trabalham – e estão aqui nesta Bancada para vir trazer o seu esclarecimento a esta Casa, que é a legítima Casa do povo. Há poucos dias recebíamos um comunicado de que havia um protesto. Alguém havia protestado contra a realização do Festival do Chope e nós, em respeito a esse mesmo representante do povo, que nós admiramos e que em todas as nossas festas tem estado, quer na sede, quer na Brahma, confraternizando, mas, desinformado, sua Excelência praticamente criticou a organização do festival. Por quê? Porque a fatalidade havia ceifado a vida de uma criança e nesta admoestação diziam que não havia segurança. Queremos esclarecer e relembrar que em vinte e cinco anos de Associação Cristóvão Colombo, em treze Festivais do Chope, jamais tivemos um incidente qualquer, mesmo uma briga, nunca tivemos algo grave, porque a comunidade, auxiliada pelas autoridades, sempre procurou dar segurança àqueles que comparecem a essa festa. É uma festa séria, inclusive já é reconhecida no próprio calendário de eventos municipais, porque é a primeira festa no mundo que se realizou em frente a uma cervejaria e, vamos mais longe, não angariamos dinheiro para gastos de seus diretores, nós trazemos benefícios. Os homens da Associação Cristóvão Colombo passam, mas a obra permanece.

No último festival nós conseguimos doar, à Brigada Militar e à Polícia Civil, a 3ª Delegacia, aquilo em que o Estado falhou: doamos rádios comunicadores, coletes à prova de balas, doamos toda a fiação ao Corpo de Bombeiros, porque por pouco incendiava o Corpo de Bombeiros, como aconteceu há muitos anos, quando o saudoso Carlos Nobre dizia: “Incendiou a Caixa D’água e depois eu é que sou gozado”. A estação do Corpo de Bombeiros da Floresta estava correndo o perigo de pegar fogo. É irônico, mas é verdadeiro, e nós doamos toda a fiação, inclusive com alguns funcionários municipais ligados à energia conseguimos reconstruir a parte elétrica; doamos até, não nós, a comunidade, no Festival do Chope, lençóis e fronhas, material de cama, que não tinham mais, estavam pior do que mendigos os militares do Corpo de Bombeiros.

A Associação Cristóvão Colombo mandou à Feira Internacional de Resgate e Incêndio, para efetuar um curso, o Major Antônio César Cardone Dias, que foi por conta da Associação Cristóvão Colombo, para aprender as técnicas mais modernas de uma nova máquina que veio para o Município de Porto Alegre. Antes, para tirar alguém das ferragens de um carro acidentado, levava-se meia hora, uma hora, e hoje, em questão de quinze minutos, no máximo, essas pessoas podem ser atendidas, devido a essa especialização desse comandante.

Sabemos, excelências, que o fato desse menino que tragicamente veio a falecer, foi um fato lamentável, e, por isso, a Associação Cristóvão Colombo, com os patrocinadores, suspendeu a realização do evento. Falava-se aqui que seria realizado no dia 20; também estava errado, porque havíamos suspendido “sine die”, porque consideramos, acima de tudo, uma vida.

Para concluir, não foi falta de segurança, havíamos contratado 190 seguranças de uma empresa, a Brigada Militar estaria com 170 homens. Durante a manhã – quando ocorreu o acidente – havia militares e 4 pessoas chamaram a atenção do menor porque estava andando de “roller”, não sabia andar direito. A nossa Secretária, Ana Morais, que aqui se encontra, um humilde funcionário da Brahma e dois brigadianos, Pascoal e Ranzolin também haviam admoestado, e a criança não atendera. A rua estava fechada. Não houve falta de segurança: houve fatalidade. Suspendemos, Exas., até nova ordem, talvez até setembro, quando a primavera vier, em respeito. Quem vai sofrer é a comunidade. Não é o primeiro acidente na Cristóvão Colombo. Dias depois, uma senhora de 80 anos foi morta, mais adiante, na esquina da Cristóvão com a Nova York. Há alguns anos, V. Exas. estão lembrados, um caminhão caiu pela Ramiro Barcelos, matou uma criança naquela pracinha. Uns meninos morreram há pouco tempo num carro que recolhia lixo, correndo pela madrugada.

Muito obrigado por nos darem esta oportunidade para que a Associação Cristóvão Colombo, que não pertence a indivíduos, mas à sociedade porto-alegrense, da qual sois os verdadeiros e legítimos representantes, dê a satisfação que lhes devíamos, porque devemos esta satisfação ao povo de Porto Alegre, que ninguém melhor do que V. Exas. representam. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Sr. Jorge Krieger de Mello para compor a Mesa. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, em tempo de Liderança.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ilustre Presidente da Associação Cristóvão Colombo, meu dileto e fraterno amigo Jorge Krieger de Mello. O ilustre Líder do PMDB, Ver. Airto Ferronato, autoriza a nos manifestar em nome também da sua grei partidária, o que fazemos com grande orgulho e satisfação. De fato, é, para esta Casa, independentemente das circunstâncias que justificaram a vinda até aqui de Krieger de Mello, um motivo de satisfação recebê-lo entre nós, ele que tem com esta Casa profundos vínculos e, com esta Cidade, vínculos maiores, eis que, unanimemente, escolhido eleito e distinguido com a cidadania honorária da Cidade por decisão desta Casa do povo de Porto Alegre. Eu, pessoalmente, quando me refiro a Krieger de Mello não sei se o faço ao meu colega de atividades profissionais, a meu amigo pessoal, meu companheiro de jornada política ou ao Cidadão de Porto Alegre. Prefiro ficar num misto que, momentaneamente, é englobado pela circunstância de Krieger de Mello ser Presidente desta entidade comunitária de Porto Alegre, que tem vinte e cinco anos de profícua atividade e que tem sido respeitada e reconhecida por todos aqueles que têm oportunidade de se aproximar da Associação Cristóvão Colombo, e dos eventos que programa: o “Festival do Chope na Avenida”, assim como, “O Gaúcho na Avenida”.

Este ano não tive o prazer de comparecer ao lançamento deste evento, ainda que convidado, posto que outro compromisso assim me impediu. Mas, neste momento em que a Casa recebe dirigentes da Associação Comunitária da Cristóvão Colombo, gostaria de dizer a todos eles que não será uma fatalidade – um ato absolutamente imponderável que lamentavelmente ocorreu no local onde deveria realizar-se este 13º ou 14º festival – que irá fazer com que esta Casa deixe de reconhecer a grande importância, o grande significado e o grande exemplo que a Associação da Cristóvão Colombo tem, ao longo do tempo, oferecido à Cidade. Com a realização de vários eventos cujos resultados se distinguem, é uma das entidades das mais meritórias situada naquela área de Porto Alegre.

Pessoalmente, diria ao Krieger que o carinho que todos nós temos para com ele não foi modificado por este evento e nem poderia sê-lo, eis que, como já disse, conseqüência do infortúnio, do imponderável e para o qual, de modo algum, a entidade por ele presidida colaborou, muito antes pelo contrário, pois lamenta que tenha acontecido, tanto que tomou as providências que foram amplamente divulgadas pela imprensa, inclusive suspendendo “sine die” a realização daquele evento, por respeito à vida daquele jovem que lamentavelmente foi ceifada diante destas circunstâncias que são de todos conhecidas.

Digo a você, meu caro Krieger, que o apego, respeito, carinho e afeto que temos todos nós para consigo e para com a entidade, que momentaneamente preside, não se diminui, sob determinados aspectos até aumenta, e exatamente diante de uma circunstância tão desagradável, tão desconfortante é que se testa uma entidade, e a forma com que está sendo enfrentado este momento desagradável só qualifica a Associação dos Moradores da Cristóvão Colombo ao respeito e a admiração dos integrantes desta Casa, já que todos nós sabemos que o desejável, aquilo que seria a graça divina, seria que – mesmo com todas as explicações que o caso comporta e que demonstra absoluta isenção da entidade para com o fato -, ele não tivesse acontecido. Mas, como esse desejável e essa graça divina não ocorre e como, lamentavelmente, houve esse fato, a grandeza, a responsabilidade, a seriedade, a objetividade e sobretudo o espírito solidário com que os dirigentes da Associação de Moradores da Cristóvão Colombo estão enfrentando esse acontecimento é motivo de respeito, de admiração e só serve para aumentar ainda mais o crédito que esta entidade tem com a Cidade de Porto Alegre e que nós Vereadores reconhecemos amplamente, de tal sorte que o proclamamos da tribuna, dizendo ao Krieger e aos seus companheiros de trabalho que a nossa Associação Cristóvão Colombo continua a merecer o respeito e o carinho da Câmara Municipal de Porto Alegre. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib, que falará em tempo de Liderança pelo PPB.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu caro Presidente Jorge Krieger de Mello, Srs. integrantes da Associação de Moradores da Cristóvão Colombo. Tenho orgulho em dizer que, dificilmente, algum Vereador possa ter participado tanto nos movimentos comunitários como este Vereador. Nos últimos quarenta anos acompanhei tudo o que aconteceu em matéria de movimento comunitário desta Cidade. Vi a FRACAB nascer e lhe dei força para que nascesse e continuasse forte; vi a Associação Cristóvão Colombo e, com muito orgulho, levei, em nome do Prefeito Telmo Tompson Flores, o comodato assinado para que a Associação pudesse utilizar aquela área que utiliza até hoje.

O simples fato de ver a Associação crescer não teria nada de mais, mas, realmente, ela cresceu de forma excepcional e, reiteradas vezes, eu, como alguém que ama muito esta Cidade, disse que gostaria de ter onze associações iguais à Associação da Cristóvão Colombo.

O Presidente Jorge Krieger de Mello quando falou na sua associação, do seu coração a ela voltado, como tiveram os outros presidentes, apenas passou de leve, desenhou de leve, tudo aquilo que a associação faz. Tudo porque um acidente ocorreu. A Associação não teve culpa nenhuma. Mas ele não falou da “Criança na Avenida”, uma festa extraordinária, onde elas, ao longo dos anos têm convivido com a sua Cidade, com a sua associação, recebendo presentes e passam um dia memorável; não falou do “O Gaúcho na Avenida”. Ele apenas falou da “Festa da Cerveja”, onde aconteceu o incidente. Mas uma festa da cerveja onde um dia levei um embaixador e ele ficou encantado. Levei o Embaixador do Líbano, terra dos meus ancestrais. Ele ficou impressionadíssimo como tinha uma festa tão bonita numa rua da Cidade. Era Porto Alegre que se promovia aos olhos de quem era do outro lado do mundo. Ele não falou da assistência que a associação presta nas suas dependências: odontológica, jurídica, alimentação, cuidado com as pessoas que trabalham nas lojas e no comércio em geral. Ele disse muito poucas coisas.

Eu acho que, realmente, Porto Alegre precisava ter doze associações iguais a da Cristóvão Colombo, assim nós teríamos o ano inteiro razão de promoção turística, social, que é o que a Associação da Cristóvão Colombo faz, além de, como colocou bem, ajudar o Corpo de Bombeiros, onde já tive oportunidade de entregar equipamento, onde tive oportunidade de dar cuidados nas festas de Natal daquela gente, que, o dia inteiro, está à disposição da Cidade. É gente que nós esquecemos, mas que a Associação da Cristóvão Colombo não esquece. Tenho visto, porque por ali passo, por perto convivo, tantas coisas boas, que continuo pensando que estou absolutamente certo: que bom seria que a Cidade de Porto Alegre tivesse 12 associações como a da Cristóvão Colombo – uma para cada mês do ano. Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, Jorge Krieger de Mello, por tudo o que faz por esta Cidade lá naquela área. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, em tempo de Liderança com o PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, indiscutivelmente, devemos manifestar o nosso reconhecimento ao papel desempenhado pela Associação da Cristóvão Colombo na vida comunitária da nossa Cidade. Não é a primeira vez que eu, o Ver. Elói, o Ver. Zanella, o Ver. Dilamar, temos a oportunidade de manifestar que a Associação da Cristóvão Colombo é uma das maiores e mais eficazes experiências comunitárias, realizando um trabalho turístico para Porto Alegre, meu caro Antoninho D’Ávila, que o Município não consegue realizar, com tal criatividade, com tal desempenho, com tão alto espírito público que transforma as várias edições do Festival do Chope na maior festa popular do Rio Grande do Sul. No curso dos dias, essa festa, talvez, seja superada apenas pelo Carnaval de rua. Mas, com a participação popular no evento, pela peculiaridade do evento, é indiscutível que é uma marca própria, criada por uma experiência comunitária. Por essa razão, não por outra, esta Casa, através de um projeto de minha iniciativa, transformou a Associação da Cristóvão Colombo em entidade de utilidade pública da Cidade de Porto Alegre.

Foi com muito orgulho, pela iniciativa deste Vereador, que por lei o Festival do Chope da Avenida – meus caros ex-presidentes Mario Alexandretti e Wilson Wisorek – está incluído no calendário turístico da Cidade de Porto Alegre.

E mais outro registro que é importante que se faça: numa das oportunidades em que havia resistências e dificuldades, quando passaram a cobrar pelas construções de alambrados e palcos da Associação Cristóvão Colombo esta Câmara Municipal destinou, em orçamento, uma rubrica própria do Município de Porto Alegre para fazer frente a estas despesas.

Isto por si só, Srs. Vereadores, meu caro Presidente Jorge Krieger de Mello, fala pelo reconhecimento que esta Casa como representação política da Cidade de Porto Alegre confere à experiência comunitária, singular, que os Senhores realizam.

É com muita satisfação que compareço à tribuna desta Casa, minha cara Secretária Ana, meu caro amigo Adriano Carzola, apenas para registrar o reconhecimento desta Casa e da Cidade de Porto Alegre a esta instituição. Porque, como bem disse o Ver. João Dib, há eventos que não se esgotam apenas no Festival do Chope, mas tem a “Festa da Criança na Avenida”, tem o “Gaúcho na Avenida”, tem as festividades natalinas dentre os seus eventos culturais e turísticos já incluídas no calendário turístico da Cidade de Porto Alegre. Tivéssemos mais meia-dúzia de entidades comunitárias neste padrão de atuação comunitário, realmente teríamos a própria sociedade sobrepujando o Estado.

Por isso, o nosso reconhecimento e a nossa tristeza, e a nossa dor, evidentemente, por uma fatalidade que infelizmente aconteceu e que não pode fazer com que o evento e as atividades dessa Instituição, nas ruas da Cidade de Porto Alegre, mais especificamente na Cristóvão Colombo, possam ser paralisadas. Meus cumprimentos ao nosso Presidente Jorge Krieger de Mello, aos demais membros da diretoria que estão aqui nesta tarde e que trazem nas suas manifestações; das Lideranças dos Vereadores desta Casa, o reconhecimento ao trabalho da Associação Cristóvão Colombo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. A Mesa declara empossado o Suplente Gerson Almeida, nos termos regimentais.

O Ver. Giovani Gregol solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. A Mesa declara empossado o Suplente Darci Campani, nos termos regimentais.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra, em tempo de Liderança.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Os Vereadores que me antecederam fizeram uma homenagem ao trabalho desenvolvido pela Associação dos Amigos da Cristóvão Colombo e esta homenagem esta Casa já prestou várias e várias vezes, tanto naqueles projetos que foram aqui falados pelo Ver. Isaac Ainhorn, que tiveram a sua autoria e aprovação de todos os Vereadores da Casa. Numa Lei da Câmara Municipal, um Projeto votado na Câmara Municipal, que teve a participação de todos os Vereadores da Casa, como também eu outras tantas oportunidades, esta Casa já demonstrou que realmente somos simpatizantes do trabalho desenvolvido por esta Associação, que serve de exemplo para todas as outras associações dos diversos bairros da nossa Cidade.

Mas, o fato que trouxe o nosso amigo Krieger de Mello foi pouco falado. Os meus amigos, que vieram para a tribuna, fugiram desse fato, porque é delicado, é difícil de ser abordado. Qual o fato que trouxe o nosso Krieger de Mello a esta parte da nossa Sessão? Acontece que estava marcada mais uma Festa do Chope, e, de repente, quando os preparativos estavam levando a festa para o seu início, aconteceu uma fatalidade: a festa foi cancelada. Quando foi marcada novamente, houve alguém (que o Dr. Krieger de Mello não quis declinar o nome), não sei quem é, gostaria de saber, fez críticas ao Dr. Krieger e à Associação da Cristóvão Colombo com relação à atitude que estavam tomando. Esse fato é que trouxe o Dr. Krieger de Mello a esta tribuna. Esse fato é que trouxe esses moradores da Cristóvão Colombo, ou das proximidades, a esta Casa. Essa contrariedade de alguém que vai manifestar através de discurso, de pronunciamento, através de conversa com outras pessoas, a respeito de uma atitude que tomaria a Associação dos Amigos da Cristóvão Colombo. O Dr. Krieger disse muito bem, que o Festival não sendo realizado agora, como não foi, ele está anunciando que será na primavera, ele causa prejuízos àquela região, porque o Festival angaria fundos para fazer com que aquela região possa se desenvolver alheia até a recursos do Município.

Por isso que a Associação é ímpar às associações de moradores da nossa Cidade, porque ela consegue produzir os seus próprios recursos e, através deles, já conseguiram muitos fatores de desenvolvimento. Isso é que tem que ser analisado. Quando aconteceu aquela tragédia no Rio de Janeiro, o desabamento no morro na época do carnaval, e o carnaval do Rio de Janeiro saiu, com muito brilhantismo, assim mesmo. O carnaval saiu, porque, no Rio, é motivo de divisas para eles, é com isso que o Rio consegue parte de sua sobrevivência, é através do turismo. Da mesma forma, como foi abordado o assunto do Rio de Janeiro, deveria ser abordado o assunto da Associação dos Amigos da Cristóvão Colombo, porque aquela festa vinha para, também da mesma forma como o turismo representa para o Rio – e praticamente o ápice de suas finanças, representar ápice para as finanças dos Amigos da Cristóvão Colombo.

Então, esse foi o fato que trouxe o Dr. Krieger de Mello e os Moradores da Cristóvão Colombo. Eles já receberam várias homenagens nesta Casa, eles sabem que esta Casa os acompanha em todas as suas atividades e, naquilo que pode, dá o respaldo necessário para que essas festividades possam sair, principalmente a Festa do Chope que, a essa altura dos acontecimentos, seja uma das mais famosas em todo Brasil, divulgando o nome de Porto Alegre para fora de nossas fronteiras. Nosso muito obrigado, o nosso abraço ao amigo Krieger que veio aqui, mais uma vez, fazer a defesa da sua Associação e de suas idéias. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de encerrar a Tribuna Popular, nós queremos colocar duas questões. A primeira, o Ver. Luiz Braz bem colocou: os subsídios que a Festa do Chope traz faz com que a Associação da Cristóvão Colombo possa exercer as outras atividades, aqui colocadas pelo Ver. João Antônio Dib. Um fato isolado, obra da fatalidade, não pode parar o segmento das atividades dessa Associação. Da segunda questão somos testemunhas, em nossa atividade profissional, das afirmações do Presidente da Associação, Dr. Jorge Krieger de Mello, quando das doações feitas ao Corpo de Bombeiros da Estação Floresta.

Dito isso, nós agradecemos a presença do Dr. Jorge Krieger de Mello e aos demais componentes, pessoas ligadas à Associação Cristóvão Colombo. Muito obrigado.

 

(Os trabalhos foram suspensos às 15h02min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h06min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Acaba de ser concluído o 7º Congresso Latino-Americano de Parlamentos Municipais nos dias 8, 9 e 10 deste mês, nas Cidades de Gramado, Canela e Nova Petrópolis. A Mesa da Câmara Municipal de Porto Alegre recebeu o convite para se fazer presente a esse evento?

 

O SR. PRESIDENTE: Recebeu e fez-se presente através do Ver. Luiz Negrinho. A sua participação não trouxe ônus para o Município. A Mesa acusa o recebimento da Moção de Apoio do Ver. Dilamar Machado. (Lê.):

“Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre

Senhor Presidente

O vereador que subscreve o presente, solicita Moção de Apoio ao artigo intitulado Moinhos de Vento, de autoria do historiador Décio Freitas, publicado na página 19 do jornal Zero Hora, edição do dia 12 de maio de 1996. Solicita, também, seja o referido artigo transcrito para os Anais da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Sala das Sessões, 13 de maio de 1996.

                                                                         (a) Ver. Dilamar Machado”

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, em tempo de Liderança.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lemos nos jornais, na semana passada, que a Secretaria Municipal dos Transportes concluiu a recuperação do terminal de ônibus da Praça Rui Barbosa. O que não lemos nos jornais, mas que está acontecendo, é a referência à falta de controle da fiscalização, por parte da SMT, nos horários de ônibus. Tenho recebido muitas queixas daqueles que se valem de linhas municipais que terminam na Praça Rui Barbosa; da mesma forma, das linhas que têm o seu terminal na Praça Parobé. Refiro-me especificamente a um caso, para eventual anotação do representante do Prefeito, aqui, na Casa: na última segunda-feira, dia 6, das 18 às 19 horas, o ônibus linha 90, Morro Santana–Petrópolis, da VAP, simplesmente desapareceu durante uma hora inteira. O atropelo de gente precisando pegar esse ônibus, muito especialmente alunos da FAPA, era tão grande que, no terminal se formaram 5 filas de passageiros à espera da chegada dos veículos. Em que pese a proximidade que havia do posto de fiscais da SMT, na Praça Parobé, antes estavam localizados no Mercado Público, não apareceu ninguém. Às 19h15min, apareceram três ônibus, simultâneos, da VAP, e nenhum motorista, por causa do atraso, queria pegar passageiros, encostavam, descarregavam e praticamente arrancavam vazios, mesmo com 5 filas de passageiros aguardando para tomarem o ônibus. Faço esse registro, porque, de fato, de há muito eu venho observando que a Secretaria Municipal dos Transportes está absolutamente ausente da Cidade de Porto Alegre.

Um dia desses, quando estive na fiscalização, atendendo a um convite para depor em relação a uma denúncia que eu havia feito sobre um motorista de táxi, denúncia que foi confirmada, eu conversava com a nova chefia da SMT e eles me diziam que há dificuldade, até mesmo de automóvel para trabalhar, ou seja, a SMT, de fato, não está interessada em fazer aquilo que é fundamental para o bom andamento do serviço: colocar a fiscalização na rua. Sem fiscal na rua não adianta. Não adianta termos terminal bonito, ônibus pintados, recuperação de corredores com as estações intermediárias, porque o serviço vai continuar sendo precário, ruim em relação ao passageiro, diga-se de passagem.

Quero repetir uma coisa que tenho observado, a nova pintura dos ônibus só serviu para piorar o controle daqueles que eventualmente querem fazer qualquer denúncia sobre o mau serviço de um ônibus na Cidade de Porto Alegre, porque, antigamente, o prefixo do ônibus era grande, e era pequeno, no máximo três algarismos; hoje em dia, temos prefixos com quatro algarismos, número reduzido e, com a proximidade das tonalidades de cor, muitas vezes o passageiro tem enorme dificuldade de identificar o veículo. Eu que sou Vereador e fui secretário tenho uma atenção especial com essa situação e enfrento esse tipo de problema, imaginem um passageiro comum. Se o antigo Secretário da SMT queria exatamente facilitar a vida dos permissionários e dos motoristas de ônibus da Cidade, sem dúvida alguma conseguiu, a sua eficiência merece nota dez, só não está contente o passageiro de ônibus da Cidade de Porto Alegre, que hoje em dia recebe um mal serviço e não consegue sequer poder anotar corretamente o prefixo do veículo para poder tomar uma providência.

Faço um registro positivo de agradecimento à SMT quanto à colocação de placas de permissão de estacionamento aos sábados pela manhã na feira livre, atrás do Estádio Olímpico, na área do Menino Deus, onde a Brigada estava multando os motoristas de caminhão que paravam ali para fazer a descarga dos produtos da feira, e há cerca de um mês havíamos encaminhado um Pedido de Providências, no sentido de que fosse colocada uma sinalização específica que permitisse aos motoristas pararem ali, pelo menos no sábado pela manhã, e nesse final de semana o serviço já estava feito, e os feirantes puderam se tranqüilizar quanto à prestação de serviço a toda a população que ali comparece. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, foi registrado pela Mesa um Pedido de Moção de Apoio do Ver. Dilamar Machado, e o art. 95 do nosso Regimento, estabelece que Moção é o Requerimento que solicita manifestação da Câmara sobre assunto determinado, hipotecando solidariedade, protestando ou repudiando, portanto a inexistência de Moção de Apoio. Registro este assunto para ver que providência será tomada.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. não estava presente ao Plenário, quando este Presidente dos trabalhos se reportou à Questão de Ordem do Ver. Décio Schauren que já foi respondida.

A Mesa comunica ao Plenário que os Vereadores Isaac Ainhorn e Reginaldo Pujol estão na posse do Desembargador Paulo Vieira, no Tribunal de Justiça, em representação.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, somente para que esta Vereadora, que estava no Plenário, mas que pode ser que não tenha entendido, tenha a resposta do Presidente: o momento da votação, será o momento oportuno?

 

O SR. PRESIDENTE: Sim. Havendo quórum, passamos à

 

PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1230/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/96, que declara de utilidade pública a Associação de Moradores da Vila São Vicente Mártir.

 

PROC. 1117/96 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/96, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título de Esportista Exemplar ao Senhor Rui Barbosa da Silva,

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1197/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/96, que autoriza a desafetação da passagem de pedestres proveniente do Loteamento Vila Assunção, que será fracionada em dois lotes.

3ª SESSÃO

 

PROC. 1195/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/96, que cria funções gratificadas no Quadro de Funções Gratificadas Específicas do Magistério Público Municipal e cria funções gratificadas no Quadro de Funções Gratificadas da Administração Centralizada, e dá outras providências (Diretores e Vice-Diretores.)

 

O SR. PRESIDENTE: O primeiro orador inscrito é o Ver. Nereu D'Ávila. Desiste. O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Executivo Municipal, hoje, traz um importante Projeto de Lei: “Declara de Utilidade Pública a Associação dos Moradores da Vila São Vicente Mártir”.

No dia 10 de abril de 1983, Sr. Presidente, eu, então, como Prefeito da Cidade, fazia a minha primeira visita a uma Associação Comunitária, juntamente com o então Governador Jair Soares, e essa visita se fazia à Vila São Vicente Mártir, que era, sem dúvida, um aglomerado de tristeza e de miséria. E nós, naquele dia, constatamos que apenas havia duas torneiras públicas colocadas quando eu havia sido Diretor do DMAE, sete anos antes. Era tudo o quanto eles dispunham de benefícios da Prefeitura. E a Vila São Vicente Mártir, a partir daquela visita, se transformou num esforço conjugado da Secretaria da Saúde do Estado, do DEP, do DMAE, da SMOV, enfim, de todos aqueles que tinham a responsabilidade sobre um padrão de vida digno que deveria ser oferecido àquela coletividade, inclusive o DEMHAB, que eu não havia citado e cito agora.

É claro que foi a participação efetiva da coletividade que tornou possível que aquela Vila, que era um recanto sórdido da Cidade, pudesse ser objeto de divulgação internacional. E se fosse o PT que estivesse na Prefeitura, já faria imensas reportagens, dizendo que a Vila Vicente Mártir chegou até a ONU. E é verdade. Chegou, apesar das dificuldades que o Prefeito imaginava que seriam antepostas no caminho daqueles que levaram o Projeto da recuperação da Vila São Vicente Mártir a um Congresso Nacional de Saneamento. Eu achava que não cabia, mas quando o Projeto foi apresentado pela própria coletividade, acompanhada pelo Ex-Vereador Vicente Dutra, tivemos oportunidade de o Congresso parar para apreciar aquela promoção social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Se fosse na administração do PT, que hoje está enchendo todas as rádios, dizendo que criou 11 mil empregos na construção civil, mas não, ela fez com que fossem despedidos milhares de empregados da construção civil porque os projetos não são aprovados com a severidade que se precisava na SMOV. Se fosse essa recuperação da Vila São Vicente Mártir feita pelos prefeitos do PT, meu Deus do céu, haveria revistas em quatro cores, capas gessadas, folhas da melhor qualidade, todas elas impressas a quatro cores, porque o dinheiro do povo serve até para recuperar uma Vila São Vicente Mártir. Mas para eles serve muito para fazer a publicação em termos grandiosos, até dizendo que o Banco Portosol já está resolvendo problemas de milhares de pessoas. Tudo para eles é razão de propaganda. Pena que eles não fizeram a Vila São Vicente Mártir.

É possível que agora em cima desse importantíssimo Projeto de Lei, que declara de utilidade pública a Associação dos Moradores da Vila São Vicente Mártir, também eles imprimam uma revista a quatro cores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado para discussão de Pauta.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está, hoje, em 3º dia de Pauta o Projeto de Lei do Executivo, eu peço a gentileza de algum companheiro do PT, especialmente, o Ver. José Valdir e a Vera. Maria do Rosário que são integrantes do magistério público, a atenção para as minhas preocupações e, quem sabe, a explicação que me tranqüilize. Este Projeto cria funções gratificadas no Quadro de Funções Gratificadas Específicas do Magistério Público Municipal e cria funções gratificadas no Quadro de Funções Gratificadas da Administração Centralizada, e dá outras providências. O decreto, segundo a Exposição de Motivos do Prefeito Tarso Genro, diz que o Município criou por meio dos decretos tais e tais duas Escolas Regulares de 1º Grau Completo, a Escola Municipal Neusa Goulart Brizola e Escola Municipal de 1º Grau Morro da Cruz, também foi criado o Centro Municipal de Educação de Trabalhadores, CEMET.

É sobre isto, particularmente, que eu gostaria de ter dos companheiros do PT uma explicação porque aqui na Exposição de Motivos diz que este CEMET coordena o trabalho de educação de jovens e adultos neste Município tanto com turmas do próprio Centro como nas escolas municipais e várias extensões em repartições, igrejas e associações. Esta é a Exposição de Motivos assinada pelo Prefeito Tarso Genro que o CEMET coordena trabalho de educação de jovens e adultos, tanto nesse Centro Municipal de Educação de trabalhadores – CEMET – como nas escolas municipais, chegando-se à conclusão que o CEMET não é uma escola municipal é um Centro, mas também têm várias extensões em repartições, todas repartições públicas do município, imagino. Igrejas, eu não sei quais, se a Quadrangular, se a Universal, se a Igreja Católica e associações, também não diz que tipo de associações.

O Projeto em si não é muito complicado, ele cria duas FG de Diretor de Escola de 1º Grau, um Diretor de Centro Municipal de Educação de Trabalhadores de Porto Alegre, dois Vice-Diretores de escolas de 1º grau completo, um Vice-Diretor do Centro Municipal de Educação de Trabalhadores de Porto Alegre a ainda cria três Funções Gratificadas de secretário de escola que passam a integrar a letra “c”, quadro dos Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Administração Centralizada no anexo 1 da Lei 6309 de dezembro de 1988. Aí, peço socorro ao Ver. Dib que conhece todas as leis. As Funções Gratificadas por essa lei serão lotadas por decreto e tem um detalhe interessante na Exposição de Motivos: “Tendo em vista que as atividades administrativas das referidas escolas e do Centro Municipal de Educação de Trabalhadores iniciaram em 4 de março de 1996, os efeitos da futura lei serão retroativos a 4 de janeiro de 1996”. Fica um pouco difícil para mim porque sou pouco versado na matéria. Como as atividades começaram em 4 de março, não existiam as funções e se aprovarmos a lei, será retroativa a 4 de janeiro. Já teremos dois meses antecipados de férias. Por favor, Ver. Dib, me ajude.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu já havia perguntado para a Bancada do PT sobre o CEMET e eles praticamente me disseram: “Não se mete”. Na estrada da Cavalhada, nas proximidades, está sendo construída a Escola Neusa Goulart Brizola. Já tem diretor? Não está retroagindo?

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Aqui diz que a escola foi criada. Mais uma vez vou dizer aos companheiros do Partido dos Trabalhadores que eles estão caminhando por uma trilha perigosa. Estamos em um ano eleitoral, daqui a quatro meses teremos eleição em Porto Alegre. A lei eleitoral proíbe, “salvo preenchimento de cargo por concurso”, a nomeação de CC, contratação, etc., por determinado período. Quero solicitar que o companheiro Henrique Fontana que é o Líder da Bancada do PT solicite ao Prefeito Tarso Genro, já que a lei tem retroatividade a quatro de janeiro, que seja retirado esse Projeto momentaneamente e que deixemos passar o período eleitoral e que voltemos a examiná-lo para que possa tramitar nas Comissões. Se o Prefeito não tomar a iniciativa, eu solicito à Mesa Diretora da Câmara Municipal que encaminhe a matéria à Comissão de Justiça para saber se um projeto desta ordem, que cria CCs, FGs, pode estar tramitando a cento e vinte dias das eleições. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): O Ver. José Valdir está com a palavra.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há questões de ordem técnica nesse Projeto, que é o caso de serem esclarecidas oportunamente. Eu vou falar sobre o mérito do Projeto.

Nós temos duas escolas que, pelo que sei, já estão funcionando. Temos o Centro Municipal – CEMET -, que o Vereador questionou aqui, e que é concreto, pois nós temos um número de jovens e adultos, que, por “n” razões, estão fora da escola regular. E temos em Porto Alegre uma experiência antiga e que hoje tem um reconhecimento público dos meios pedagógicos, que extrapola Porto Alegre, tendo iniciado com o movimento do CEJA, de alfabetização de jovens e adultos. Esse centro é para coordenar este trabalho que extrapola a escola regular. Em algumas escolas há turmas do CEJA; há também em vilas, como na Associação Comunitária Paroquial, na Santa Rosa – aquela Associação onde o Ver. Dilamar Machado assinou comodato doando a praça da nossa vila. A ACOMPAR tem um convênio com o CEJA, para alfabetização de jovens e adultos.

E o CEJA só não tem uma atividade mais ampliada, porque não tem pernas suficientes; não tem recursos humanos suficientes para atender à demanda, que é muito grande. É preciso ter alguém que coordene essa estrutura. À semelhança de uma escola, precisa ter um diretor, um vice-diretor e um secretário. Essas duas escolas criadas – e apresentadas aqui a esta Casa – precisam ter diretor e vice-diretor. Como se sabe, o primeiro diretor e vice-diretor não são escolhidos por eleição. São escolas novas que precisam ser providas desses cargos de direção para poder funcionar adequadamente. Por isso penso que a proposição do Ver. Dilamar Machado não é a melhor, não acho que se tenha que suspender o Projeto, penso que temos que listar as dúvidas e esclarecer as questões, que me parecem ser de ordem técnica, que podem, perfeitamente, ser esclarecidas rapidamente e não retirar o Projeto, sob pena de, com isso, prejudicarmos o desenvolvimento de duas escolas de um centro que já está em funcionamento na Cidade. Proponho-me a sistematizar essas dúvidas que o Ver. Dilamar Machado levantou aqui e outras que eventualmente existirem e fazer o contato com a Secretaria da Educação, esclarecendo todas as dúvidas. Em vez de suspendermos a tramitação do Projeto, devemos é agilizar a sua tramitação que, parece, já está atrasada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, especialmente Ver. Dilamar Machado, que trouxe à tribuna a preocupação sobre este Projeto do Executivo, quero registrar que o Projeto não cria nada de novo, somente propõe que os diretores dessas escolas municipais, Escola Municipal de 1º Grau Neusa Goulart Brizola e Escola Municipal de 1º Grau Morro da Cruz, que essas duas escolas tenham o mesmo direito que as demais escolas têm. Ou seja, tenham seus diretores eleitos, de acordo com a legislação aprovada por esta Câmara Municipal, detentores de funções gratificadas, específicas ao magistério público municipal. Também concorre para que seja equacionada qualquer diferença entre os diretores dessas escolas e das demais, o encaminhamento de FG, também para Diretor de Centro Municipal de Educação de Trabalhadores de Porto Alegre. É sabido que Porto Alegre tem um programa chamado Serviço de Educação de Jovens e Adultos, o SEJA, que tem contribuído enormemente para que consigamos avançar no sentido de sanar uma das chagas deste País, que é a falta de condições para estudar de jovens e adultos que precocemente abandonam a escola.

De outro lado, também é sabido pelos Srs. Vereadores que os programas do SEJA, do Serviço de Educação de Jovens e Adultos, acontecem nas escolas públicas municipais, bem como em repartições públicas, igrejas e outros espaços. É importante que assim aconteça, porque, para o educando, para o jovem, para o adulto, para o cidadão que não pôde, na infância, adquirir o conhecimento sistematizado, a alfabetização no sentido mais amplo da palavra. O fato de esses serviços acontecerem em espaços alternativos, é a garantia de que ele pode ter esses serviços mais próximos de si, inclusive em seu espaço de trabalho, quando se trata de servidor público municipal e servidor de outros equipamentos públicos que têm o SEJA.

E agora se constitui o CEMET, que é o Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores de Porto Alegre, como um programa de apoio do SEJA.

Sobre as perguntas dos Vereadores Dilamar Machado e João Dib, gostaria de registrar que essas duas escolas estão em funcionamento. Muito especialmente, quero registrar que a Escola Municipal Neusa Goulart Brizola, na Cavalhada, encontra-se em funcionamento e, se não num prédio bonito – como todas as crianças da Vila Cai-Cai, que foram para suas casas, no Condomínio da Cavalhada, têm direito, e no futuro terão um prédio de escola com todas as condições físicas para uma boa aprendizagem, de suporte e amparo – numa situação precária, dando o melhor de si, o melhor que o Município pode dar naquele momento, naquele lugar: num galpão, onde várias salas de aula estão funcionando, com professores, com monitores e com direção. Só que uma direção, Ver. Gerson Almeida, que não está recebendo o que os demais diretores estão.

O Projeto do Executivo trata-se, tão-somente, de repararmos o que está errado neste momento, ou seja, escolas novas, que começaram a funcionar. Temos que aprovar com celeridade. Ao contrário do Ver. Dilamar Machado, penso que devemos, com serenidade, ver este Projeto tramitando e aprovado na Câmara de Porto Alegre para que essas escolas também tenham as mesmas condições das demais, especialmente no que trata das condições de trabalho, salário, gratificação dos seus diretores e vice-diretores. Então, Srs. Vereadores, fica o apelo, até para registrarmos que a organização de uma escola não começa em 1º de março, os diretores e professores já começaram seus trabalhos muito antes. Uma escola, para iniciar as suas atividades, tem que ter planejamento e a Secretaria Municipal de Educação já começou, no ano passado, quando já sabíamos que as crianças e adolescentes da Vila Cai-Cai estariam na Cavalhada. Então esses servidores municipais já iniciaram seus trabalhos, deixando férias de lado, lá no mês de janeiro e fevereiro para organizar o programa de atendimento da escola. Assim fica explicado por que é retroativo. Isso é mais do que justo, pois estamos aqui reparando uma situação que está errada, porque esses diretores não estão recebendo. Peço a compreensão dos Senhores Vereadores para a aprovação deste Projeto que repara esse problema. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo inscrito é o Ver. João Verle. Desiste. Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, atendendo à colocação, do Ver. José Valdir, quero dizer que não tenho nenhum problema em relação à FG de escolas novas, porque ninguém vai desempenhar função sem receber por isso. Agora, preocupa-me a destinação de FG, especificamente, quanto ao trabalho do SEJA. Gostaria de lembrar que, quando presidi esta Casa, em 91, em comum acordo com os líderes da Casa e membros da Mesa, nós trouxemos algumas turmas do SEJA aqui para o âmbito da Câmara Municipal na medida em que o Mercado Público entrava em obras. Tive um orgulho e uma alegria muito grande em acompanhar o trabalho daquelas turmas do SEJA com atendimento de classes de adultos para alfabetização, inclusive no período noturno. Aqueles Vereadores que respondiam pelas Comissões Permanentes da Casa e que cederam os espaços das suas comissões, igualmente, puderam fazer esse acompanhamento. Este tipo de curso, este tipo de atividade é fundamental para a Cidade de Porto Alegre. É importante, Ver. José Valdir, que neste momento esse tipo de informação não seja encaminhado à Casa da maneira genérica como está colocado. No caso desse Centro, não seria uma função de FG de diretores, porque não é escola e, portanto, foge à legislação pertinente; poderia ser um coordenador, o que, do ponto de vista de valores, talvez, sejam os mesmos CCs 7, para tomar a referência da Casa, enquanto Assistente Técnico ou integrante da ATP, por exemplo, enquanto dinheiro, enquanto valor em reais, é o mesmo. Mas a determinação à denominação das responsabilidades é diversa. Um coordenador do SEJA é uma coisa, um diretor de escola é outra, completamente diferente, até porque o SEJA não tem uma sede física única. V. Exa. colocava aqui que o SEJA se desdobra em espaços mais variáveis, através da cidade. Talvez um coordenador do SEJA mereça um ganho muito maior do que uma diretora de escola que tem a sua sede, a sua área fixa delimitada, permanente, enquanto que um coordenador desse tipo de serviço, se ele crescer, se ele se ampliar, vai ampliar cada vez mais a responsabilidade das pessoas que responderem por isso.

Ver. José Valdir, diante da sua colocação de buscar informações, o que acho correto, não creio que tenhamos que devolver o Projeto ao Executivo, mas necessitamos de informações. Estou de comum acordo com o Ver. Dilamar Machado. Parece-me que é fundamental que tenhamos maior clareza sobre o que é esse Centro, o que significa este trabalho, porque, certamente, não é uma escola formal, V. Exa. dizia aqui. Eu concordo. Conheço suficientemente o SEJA e respeito suficientemente o seu trabalho. Não é uma escola formal. Ela tem características específicas. Quem sabe lá nós tenhamos que criar não apenas a FG, a função específica de um coordenador desse serviço e a lei deverá ser um projeto de lei diferente daquele que é o que caracteriza diretores e vice-diretores de escola.

 

O Sr. José Valdir: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria reiterar o que V. Exa. está dizendo, quando V. Exa. era Presidente da Casa, sobre essa participação em relação ao SEJA. Eu queria encaminhar uma questão, talvez V. Exa. tenha isso mais claro: no plano de carreira existe outra figura, além da do diretor, que poderia ser correspondente?

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Não. É por isso que imagino que se tem que criar essa figura nova. É exatamente onde eu quero chegar.

 

O Sr. José Valdir: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acredito que isso tenha sido colocado na Lei pela inexistência de uma outra figura correlata, uma outra função correspondente.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Tenho certeza de que não existe. O que eu estou levantando, Ver. José Valdir, é que, por certo, essa figura não é a mesma que a de um diretor de escola. No meu entendimento, mais do que encaminhar a criação de FG para diretor ou vice-diretor desse Centro, deve-se criar essa função. É a minha sugestão, pois espero que, nem nesta Administração do Prefeito Tarso Genro, nem em nova Administração Popular, nem em outra administração da Cidade de Porto Alegre, se encerre esse serviço, que considero fundamental. Nesse sentido, parece-me mais lógico, exatamente pelas características específicas do SEJA, não que se crie um cargo de diretor, e sim uma função específica de coordenação. Como eu dizia, talvez suas responsabilidades seja superiores às de um simples diretor de escola, pois as características dos cargos são diferentes. V. Exa. pegou bem o enfoque. O meu posicionamento é de que se deva criar essa função e não apenas atribuir uma FG. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Este Presidente comunica aos Srs. Vereadores que, enquanto estiver na Presidência dos trabalhos, não mais aceitará pedido de tempo de Liderança após a chamada para a Ordem do Dia. Pedi à Assessoria que envie a questão, por escrito, à Auditoria, para que tenhamos uma resposta sobre isso. Neste momento, pedimos aos Líderes que queiram falar, que se inscrevam antes da chamada para a Ordem do Dia.

Liderança com o PT. O Ver. Henrique Fontana está com a palavra.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, durante pouco mais de uma semana nossa Câmara vem debatendo o assunto CPI, comissão instalada nesta Casa. Não é segredo para este Plenário que o nosso Partido tem um recurso apresentado a esta Casa. Esse recurso é baseado em argumentos que já expusemos desta tribuna e que visa exatamente ver, analisado pelo Plenário desta Casa, depois de que justifique a instalação, a continuidade – já que a instalação está feita – desta CPI da qual estamos falando. Primeiro, Srs. Vereadores, quando se fala da questão da ausência de objeto, nós estamos dizendo, e justificamos o nosso recurso, que o fato que levou ao pedido da CPI já está sendo investigado pela Justiça Eleitoral e pelo Ministério Público. Então, nós sustentamos, e é isso que queremos ver avaliado por este Plenário, que a Comissão não teria outra finalidade – aliás, o que querem alguns Vereadores, que deixam isso claro em suas falas – senão servir de um espaço para uma disputa eleitoral, servir de um espaço para a exploração pré-eleitoral desse problema, desse suposto delito eleitoral que está sendo avaliado pela Justiça Eleitoral.

A pergunta que o Partido dos Trabalhadores faz a este Plenário é: por que não conseguimos, até o momento, avaliar esse recurso? Alguns responderão: porque o relator, dentro do seu prazo regimental, tem até amanhã para apresentar o seu parecer. Mas a nossa Bancada pergunta a este Plenário porque estamos preocupados com o fato de que esta CPI não pode misturar a questão eleitoral com a finalidade de uma CPI. E aqui algumas colocações são importantes: por exemplo, o Ver. Dilamar Machado já se pronunciou na mídia desta Cidade, deste Estado, dizendo que há outras coisas que vão surgir ao longo desta CPI. Pois aqui vai um desafio da Bancada do Partido dos Trabalhadores ao Ver. Dilamar Machado: se há outra coisa, o Ver. Dilamar Machado pode fazer um requerimento solicitando uma CPI para investigar aquilo que ele eventualmente acha que deva ser investigado. Porque nós estamos discutindo, nesta CPI, um fato específico e que, do nosso ponto de vista, não é objeto que justifique uma CPI. Mais do que isso, nós temos discutido que o nosso direito de recurso não pode se tornar inócuo pelo chamado decurso de prazo. Porque o que está acontecendo? Está sendo alimentada a opinião pública, por exemplo, com a convocação de uma testemunha para amanhã. Essa convocação de uma testemunha não foi votada no âmbito da CPI. Sou membro da CPI e não votei na convocação de uma testemunha na CPI.

Parece que estamos caminhando por um terreno onde podemos entrar numa região de dúvidas sobre, de fato, o objetivo da CPI. Temos uma posição clara, entendemos que não tem objeto e que de parte de Vereadores desta Casa se chama uma CPI para encontrar um espaço de discussão pré-eleitoral. Alguns Vereadores entendem que não, entendem que há objeto e que justifica uma CPI.

A minha pergunta é: por que não avaliamos isto neste Plenário? Por que o recurso da Bancada do Partido dos Trabalhadores não vem a este Plenário para um debate franco e democrático, onde a Casa se posicione por maioria? Sim, porque isto tem um significado político importante, tem um argumento que o Ver. Dilamar Machado, que é um emérito defensor da CPI, já usou, que é de que 11 Vereadores podem pedir a CPI. Pois quero dizer que 11 podem, regimentalmente, mas queremos ouvir o Plenário da Casa, que é soberano, sobre o recurso democrático que a nossa Bancada está fazendo. E assim como, às vezes, me desafiam e dizem que quem não deve não teme, digo que é verdade: nós não devemos e não tememos. Estamos esclarecendo no Ministério Público, fomos depor lá, apresentamos defesa na Justiça Eleitoral. Agora, quem não deve não teme. Por que esta Casa não traz o recurso a este Plenário para que a Cidade possa assistir, democraticamente, à discussão de mérito, se há ou não objeto que justifique uma CPI para tratar do tema para o qual ela está proposta?

Então, o nosso apelo, a nossa convicção de que queremos ver avaliado o nosso recurso antes de outras convocações e antes que o andamento da CPI se dê de uma maneira equivocada e inadequada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, foi anunciado pela Mesa, e está no material do dia de hoje, o encaminhamento do Of. 182/96, Processo de reajuste tarifário do táxi, conforme o disposto na Lei 6836, quero ter acesso a este material, como proceder?

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos mandar trazer o material para V. Exa. O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra, pelo PST.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Nos dias 8, 9 e 10 participei de um Congresso Latino-Americano, realizado em Canela, Gramado e Nova Petrópolis. Participei desse Congresso sem nenhum ônus para esta Casa, quero deixar claro. Participei porque queria, mais uma vez, apresentar uma proposta que apresentei em um Congresso realizado em Brasília, quando, naquela oportunidade, em Plenário, fui derrotado. E nesse evento, no Plenário, com mais de 1200 parlamentares do Uruguai, Argentina, Bolívia, Paraguai e Chile, conseguimos mostrar que a minha proposta era uma proposta de avanço na nossa sociedade. Sabemos que há uma preocupação com a criança e o adolescente, e disse àqueles parlamentares que moro e fui eleito por uma região, a segunda neste País em pobreza, violência, criminalidade menores abandonados, que é a Grande Cruzeiro do Sul. Disse a eles que havia uma angústia nos nossos jovens de 15 a 16 anos, que ficavam numa posição de inércia. Até os 18 anos esse jovem não consegue emprego. Apresentei uma proposta, que foi discutida da nossa comissão sobre o tráfico de crianças e adolescentes, e foi aprovada por essa comissão com 180 membros. Essa proposta foi levada a plenária e aprovada, evidentemente não por unanimidade. Essa proposta diz respeito a dar maioridade ao jovem de 16 anos, tanto para a mulher quanto para o homem. Ela foi considerada simpática e, ontem, inclusive, fiz um exercício dessa proposta num campo de futebol e os jovens gostaram muito.

Existem outros problemas com relação à maioridade aos 16 anos, mas a verdade é que o nosso jovem, principalmente do sexo masculino, vai ganhar três anos de vida porque ele vai entrar no mercado de trabalho mais rapidamente. Hoje em dia o jovem de 16, 17 anos aguarda a ida ao quartel aos 18 e somente aos 19 anos ele entra no mercado de trabalho, praticamente 20 anos. Esse foi um argumento que sensibilizou os demais parlamentares que acabaram aprovando essa proposta. Houve outras propostas, uma, inclusive, que já é Projeto de Lei em Porto Alegre e fiquei responsável em mandar cópia para alguns estados. Não recordo quem foi o Vereador ou a Vereadora que aprovou o Projeto de Lei que diz que não podem rodar as crianças até a terceira série nas escolas municipais. Parece que existe esse Projeto de Lei e não está sendo aplicado. Não quero falar mais a respeito disso porque quero ainda dar uma verificada neste assunto. Essas seriam as informações.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que tem um Projeto que altera ruas que tem suas vias erradas como na Vila São Judas Tadeu e ele está perdido dentro da Casa. Eu gostaria de saber onde está esse Projeto porque ele precisa de um parecer da CCJ, da CUTHAB e CECE para que haja o acerto definitivo e a conseqüente alteração das ruas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Comunicação de Liderança com o PMDB. A palavra com a Vera. Clênia Maranhão. Cinco minutos com V. Exa. Não são permitidos apartes.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero falar um pouco sobre o trabalho desenvolvido pela Comissão Externa desta Casa que trata da questão do Parque dos Maias.

Todos nós Vereadores sabemos que o Parque dos Maias é uma das mais antigas áreas invadidas de Porto Alegre e que tem sofrido nos últimos tempos um intenso processo de mobilização e de negociação por parte da sua comunidade, tendo em vista já tramitar uma ação de despejo dos seus moradores. Nós, aqui na Câmara, a partir da presença dos representantes do Parque dos Maias, constituímos essa Comissão e temos trabalhado intensamente para contribuir com a solução do problema habitacional daquela região. Extinguiu-se o prazo da Comissão, todas as Lideranças assinaram pela renovação da Comissão; mas, acho muito importante o acompanhamento de todos os Vereadores, tendo em vista a necessidade do conhecimento desta Casa, considerando que essa negociação que se estabelece envolve a Empresa Guerino, HABITASUL, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul através do Departamento de Habitação, a UAMPA, a Comissão de negociação do Parque dos Maias, o DEMHAB, a Comissão da Câmara e a Comissão da Assembléia Legislativa, o que tem exigido um esforço muito grande de negociação para a solução desse problema. Houve um avanço muito grande a partir da nossa participação e dos demais parceiros dessa questão e consideramos que até o dia 15 deste mês já deve estar concluído o cadastramento dos moradores para que se atinja todo o universo daqueles que têm interesse em executar aquela negociação.

Outra questão que foi muito discutida, levantada, inclusive, várias vezes pelo Ver. Guilherme Barbosa, foi o preço do CUB estabelecido para os imóveis em que o conjunto desses parceiros hoje coloca a necessidade da redução de 1.10 do CUB para a negociação daqueles imóveis. Eu acho que é importante lembrar que aquela região envolve 1224 apartamentos, 217 boxes e 16 lojas que, evidentemente, é um problema habitacional e social, de maior gravidade de nossa Cidade, que tem que ser resolvido, inclusive pelo risco de enfrentamento, na medida em que há uma ação judicial tramitando na Cidade em relação a isso.

Portanto, é necessário que nenhum desses parceiros, principalmente os empresários e a Comissão dos Moradores permaneçam nessa negociação. Eu acho que a grande conquista desse Fórum foi a permanência dos parceiros nessa discussão, a criação de uma comissão técnica com a presença dos advogados que tem negociado esta questão e a participação freqüente dos Executivos: o Estadual e o Municipal para a solução desta questão.

Nós acreditamos que, depois de tantas reuniões de negociação chegamos a uma síntese de propostas que exige a ampliação de prazos de financiamentos, a não retirada de nenhuma das pessoas das casas até o final da negociação, a participação do Executivo Estadual e Municipal na compra de KIT CASA para aquelas famílias que não têm renda suficiente para comprar os imóveis e um cadastramento de todas as famílias para saber a possibilidade de compra em todas as famílias.

Acreditamos que a nossa Comissão tem dado uma contribuição importante nesse processo de negociação junto com todos os setores e, por isso, foi muito importante a decisão de todas as Lideranças que assinaram a renovação da Comissão, da qual eu sou Presidente, o Ver. Mário Fraga, Vice-Presidente e o Ver. Guilherme Barbosa, Relator da Comissão. Fiz questão de trazer essa questão ao Plenário, tendo em vista que envolve mais de mil famílias em um conflito que poderá acontecer, caso o conjunto desses setores não chegassem a uma negociação, que eu acho que se aproxima do final. Tem sido uma negociação muito difícil porque sempre os empresários e o agente financeiro coloca o preço dos imóveis, coloca a parte que se refere a juros e outras questões da área financeira. Era esse o informe que eu queria dar, chamar a atenção para a Câmara ficar atenta, tendo em vista a gravidade, que é um verdadeiro estopim que poderá acontecer naquela região da Cidade, se não se efetivar no prazo estabelecido a negociação para aquelas famílias. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Informo ao Ver. Luiz Negrinho, que deve estar ouvindo a Sessão no seu gabinete, que o processo referido no seu período de Liderança não está perdido; ele encontra-se na Assessoria Legislativa e consta para entrar na Ordem do Dia na próxima quarta-feira.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Gostaria de enfatizar que o Parecer que foi votado na Sessão de sexta-feira se encontrava prolatado desde o início de abril.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho fez uma alusão de vinte dias.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. JOÃO VERLE (Requerimento): Requeiro, já tendo consultado o autor Ver. Décio Schauren que o PELO nº 002/95 seja o último a ser votado, para que possamos votar, hoje, o Código de Ética, não proponho que os outros três sejam postergados, porque, como são títulos honoríficos, nós votaremos rapidamente e teremos, portanto, tempo para fazer uma discussão mais demorada que, provavelmente, acontecerá no Código de Ética. Proponho que o referido Projeto passe para o último lugar na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Há cerca de um mês e uma semana, esta Casa reconheceu o direito da Bancada do PC do B de se constituir, e passado esse prazo todo, até hoje a criação do cargo que deveria ser criado para a Bancada não o foi. Somos sabedores de que o Projeto de Resolução já existe, falta somente que a Mesa proponha a este Plenário essa criação, que é pacífica e automática. Esperamos que, se possível hoje, ou na próxima quarta-feira, seja levada adiante a decisão desta Casa.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na realidade é para contraditar a Questão de Ordem do Ver. Raul Carrion, porque o Regimento não permite a apresentação de Questão de Ordem, durante a Ordem do Dia, a não ser de matéria constante dela, nesse sentido requeiro a V. Exa. que não receba a Questão de Ordem neste momento, mas possa analisá-la, posteriormente, no decorrer da Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V. Exa., embora do ponto de vista formal, que realmente assiste razão ao nobre Ver. Dilamar Machado, nos próximos dias estaremos dando encaminhamento a essa questão, com maior respeito e atenção que V. Exa. nos merece.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 0464/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/96, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Enio Berwanger.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Jocelin Azambuja: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – Artigo 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Artigo 174 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 007/96. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a composição do Projeto de Lei Legislativo, de autoria do ilustre Ver. Luiz Braz, que concede o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Enio Berwanger foi por nós formalmente apoiado, quando do início da sua tramitação. Esse apoiamento, Sr. Presidente, já foi declarado ao autor, não se resumia à regimentabilidade da circunstância, eis que assim é exigido pelo Regimento da Casa, que tramitem e que sejam admitidos, os Projetos de Lei que objetivem à concessão desse tipo de honraria, com a concordância e o encaminhamento de todas as Lideranças da Casa. Aliás, é um sábio dispositivo, porque obsta o constrangimento de alguém que, obviamente, possa ter resistências na Casa, possa ter encaminhado uma homenagem que ele não solicita e, mais tarde, ser submetido a algum tipo de constrangimento, como já aconteceu no passado com algumas figuras muito gratas à Cidade de Porto Alegre, muitas das quais tiveram, posteriormente, corrigidas essa situação, mas que, por anomalias e dificuldades do momento, viveram esse constrangimento.

Eu quero, em função dessa circunstância, dizer que o nosso apoiamento não se limita ao fato de nós não termos resistências a que se homenageie Enio Berwanger; não se limita, de outro lado, a chancelar uma iniciativa do Ver. Luiz Braz e a ele responsabilizar pela sorte do Projeto. A nossa assinatura, em caso, é mais ampla, quer dizer que nós não só não temos restrições como também, pelo contrário, apoiamos e louvamos a iniciativa do Ver. Luiz Braz. O que estou colocando da tribuna, já tive oportunidade de dizer-lhe pessoalmente, faço, agora, o devido registro para os Anais da Casa a respeito dessa iniciativa feliz do Ver. Luiz Braz, que propôs à Casa o nome deste ilustre Vacariano, me lembra o Ver. João Dib, e que há tanto tempo se encontra em atividade em nossa Cidade. Primeiramente, por longo tempo, na Cia. Caldas Júnior, mais precisamente na Rádio Gaúcha e, hoje, em outra emissora de comunicação, mas em ambas as situações com muito brilho, com muita dedicação, com a postura correta, que o faz plenamente merecedor da indicação, que a sensibilidade do Ver. Luiz Braz soube captar e traduzir no Projeto de Lei que, agora, nós estamos votando. Então, Sr. Presidente, a nossa presença na tribuna é para dizer, de forma muito clara, muito precisa, muito forte, o nosso apoiamento, o nosso aplauso e a nossa solidariedade à feliz iniciativa que a sensibilidade do Ver. Luiz Braz ensejou de estar nesta Casa, no dia de hoje, na eminência de fazer ampla justiça a esta respeitável figura do Radialista Enio Berwanger. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todos os meus Pares sabem que eu sou um cidadão que ama profundamente esta Porto Alegre. A Porto Alegre de todos nós, a Porto Alegre Capital de todos os gaúchos. Mas, hoje, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estou muito gratificado, estou realmente muito feliz com a propositura primeira do Ver. Luiz Braz, que faz com que o Enio Berwanger, meu conterrâneo, torne-se Cidadão de Porto Alegre. Vacaria progredindo mais no conceito do Legislativo Municipal, e essa alegria, essa euforia e esse orgulho é que também o Ver. Airto Ferronato traz ao debate, neste Plenário e no dia de hoje, a concessão do Título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Oscar Antunes de Oliveira, também meu conterrâneo de Vacaria. Vejam V. Exas. a minha grande Cidade, onde nasci e o meu querido companheiro, colega e amigo Milton Zuanazzi dos altos da Vacaria, hoje terá dois dos seus filhos homenageados na Casa do Povo de Porto Alegre. E nos próximos dias, terá um terceiro. Então, Vacaria está de parabéns. A Câmara Municipal escolheu bem dois cidadãos vacarianos para torná-los Cidadãos de Porto Alegre na data de hoje, e sei que será por unanimidade.

Este era o registro que queria fazer: do meu orgulho, da minha satisfação com os meus conterrâneos lá da minha Vacaria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais Vereadores inscritos para discutir. Encerramos o período de discussão. Passamos ao encaminhamento. Não havendo Vereadores para encaminhar. Passamos à votação.

Solicito ao Ver. Reginaldo Pujol que proceda à chamada nominal para verificação de votação. (Após a chamada.) APROVADO o Projeto, por 28 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 0574/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/96, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Oscar Antunes de Oliveira.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – Artigo 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Artigo 174 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 021/96. Está com a palavra o Ver. João Dib, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas para registrar o meu orgulho. Mais um vacariano recebe o Título de Cidadão de Porto Alegre. Isso nos enche de orgulho e júbilo, porque aquela pequena cidade tem filhos tão ilustres que honram este Estado e este País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, para encaminhar pelo PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, coincidentemente, nesta tarde, estamos votando Projetos que nos fazem vir à tribuna de forma expressa para estabelecer não só o nosso assentimento como também um elogio aos autores que propuseram os respectivos Projetos de Lei. No caso concreto, o Dr. Oscar Antunes de Oliveira, que é um cidadão que nos deu o privilégio de tê-lo ao nosso lado durante os cinco anos em que cursamos a Faculdade de Direito da PUC; foi o orador da nossa turma e é um cidadão que, sob todos os aspectos, se torna merecedor deste título que irá receber. Tanto que, quando o Ver. Airto Ferronato nos trouxe a matéria, em tom jocoso, nós nos referimos a ela dizendo que a apoiávamos com inveja de não ter sido o primeiro signatário, tamanha é a eloqüência da solidariedade que nós oferecemos ao Ver. Airto Ferronato, pela sua iniciativa de colocar entre os Cidadãos de Porto Alegre a figura do Dr. Oscar Antunes de Oliveira, a quem nos vincula profundos laços de amizade e a quem dedicamos o maior respeito pelo que representa na vida profissional como economista, como advogado, como técnico fazendário e hoje como um cidadão que presta a sua contribuição a uma prestigiosa entidade da nossa Cidade. Isso demonstra que, apesar do tempo, ele continua a dar contribuições efetivas para a vida comunitária, para a vida social e econômica da nossa Cidade. Com o nosso mais irrestrito aplauso, com o nosso mais amplo apoio, vai o nosso voto solidário à iniciativa do Ver. Airto Ferronato. Um sim muito forte para a eleição de Oscar Antunes de Oliveira para Cidadão da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 021/96, de autoria do Ver. Airto Ferronato. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO o PLL 021/96, por 29 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 0633/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. João Polanczyk, e dá outras providências.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Jocelin Azambuja: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – Artigo 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Artigo 174 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 024/96. (Pausa.) Em votação. (Após a chamada.) APROVADO o PLL nº 024/96, por 28 votos SIM.

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 0823/94 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 010/94, de autoria do Ver. João Verle, que institui o Código de Ética Parlamentar. Com Emendas nºs 01, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 14, 15, 16, Subemendas nºs 01, 02 e 03 à Emenda nº 07 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Relatório

- da Comissão Especial. Relator Ver. Milton Zuanazzi: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01, 03, 04, 05, 06, 07, com Subemenda nºs 01 e 09, e pela rejeição das Emendas nºs 08, 10, 11 e 12.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, II, da LOM;

- Emendas nºs 02 e 13 retiradas;

- prejudicada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02;

- adiada a votação por quatro Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Informamos aos Srs. Vereadores que o PR nº 010/94 é tão-somente para votação, uma vez que a discussão já foi encerrada. Em votação.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente. O Art. 5º do Projeto, do Ver. João Verle, diz que constitui falta contra a ética parlamentar, de todo vereador em exercício de seu mandato, atuar de forma negligente ou deixar de agir com diligência e probidade no desempenho das funções administrativas para as quais for designado, durante um mandato e em decorrência do mesmo; diz que, quanto ao respeito à verdade, fraudar votações, deixar de zelar pela total transparência das decisões e atividades da Câmara, dos Vereadores, no exercício de seus mandatos. Em cima dessas pequenas anotações do Código de Ética do Ver. João Verle, eu gostaria que a Mesa me assegurasse ou não, que todas as emendas foram apresentadas regimentalmente, eis que, no espaço de apresentação de emendas, o Vereador-Líder pode apresentar duas emendas e tão-somente duas. Eu penso que alguns passaram das duas, porque apresentaram as suas próprias emendas e avalizaram as emendas de outros Vereadores.

 

O SR. JOÃO VERLE (Questão de Ordem): Vereador-Presidente. Nós tivemos o cuidado de nos assessorar da Diretoria Legislativa. Houve dois casos de Vereadores em que as emendas que eles tinham subscrito – foram apresentadas emendas no período que não estava na Ordem do Dia; depois, na Ordem do Dia é que seria necessária a convalidação por parte das Lideranças ou emendas de Líderes – foram apresentadas e retiradas. A Diretoria Legislativa nos informou que, tendo sido retiradas, as emendas não existiam mais e, portanto, poderia ser apresentada outra emenda para perfazer as duas. Penso que a questão do Ver. João Dib, nesse particular, não cabe.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu não sei se os Srs. Vereadores estão plenamente satisfeitos com a explicação do autor do Projeto. Como é uma matéria que exigiria uma certa pesquisa, nós temos ainda a possibilidade de adiar por uma Sessão.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria que V. Exa. me dissesse quais foram os Vereadores que discutiram esse Projeto, se já houve algum encaminhamento e, nesse caso, quem o fez.

 

O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.

 

(Os trabalhos foram suspensos às 16h46min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h56min): Os trabalhos estão reabertos. Informamos ao Ver. Wilton Araújo que 12 Vereadores discutiram a matéria. Ao Ver. João Dib informamos que, no período de Discussão Geral, as Lideranças apresentaram o número de emendas regimentalmente cabíveis. A Bancada do PTB havia apresentado três Emendas, mas a Emenda de nº 12 foi prejudicada; portanto, estão em andamento, para fins de votação, duas Emendas. Reitero que todos os Partidos se ativeram ao número legal de emendas que é permitido apresentar.

Com a palavra o Ver. Luiz Braz, para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho duas dúvidas no encaminhamento desta matéria e gostaria de colocá-las para o autor e para os demais Vereadores.

A primeira delas: por que um código de ética somente para o Legislativo? Por que não um código de ética abrangendo todos os atos daqueles que têm mandato dentro do nosso Município, prefeitos, assessores, secretários e também para os legisladores? Por que um código só voltado contra o Legislativo? O que o Legislativo tem para cumprir, dentro da ética, que não tem o Executivo?

Acho que V. Exa. está tentando fazer justiça em parte, e justiça parcial não existe.

O Decreto-Lei 201 era e é mais generalizante, porque pune os legisladores, prefeito, funcionários públicos que exercem funções, se corrompem, de alguma forma, e são punidos por se corromper. E o 201 era criticado por todos nós que fizemos oposição à época da ditadura, exatamente, porque era, no nosso ver, de repente, um julgador, um punidor muito severo.

Agora, o Ver. João Verle faz um Código de Ética só para punir legisladores e deixa de fora o Prefeito Municipal.

Essa é uma pergunta que gostaria que fosse respondida pelo autor e pelos Vereadores desta Casa.

A outra dúvida que tenho, vou fazer uma comparação com o 201, porque é a matéria que temos atualmente em vigência e que pode ser comparada com a que está sendo votada agora, muito embora não seja igual. O 201, na hora em que se fazia a comissão processante, na hora que se ia cassar, se cassava com 2/3. Este Código de Ética do Ver. João Verle manda cassar com maioria simples, ou com maioria absoluta, com dezessete Vereadores. A comissão se constitui e delibera com maioria simples. Eu acredito que nós estamos julgando os legisladores com uma arma apontada contra o Legislativo. Parece que, de repente, a mira vai exatamente apenas contra os Vereadores desta Casa, porque é esta Casa que vai ser julgada sempre, deixando de fora o Sr. Prefeito Municipal, Secretários, funcionários, que porventura cometerem qualquer tipo de irregularidade. Esses ficam de fora, esses não precisam ter ética, quem tem que ter ética são os Vereadores. Se o Ver. João Verle apresentar uma emenda tornando o Projeto mais global em matéria de punição, que pelo menos aceita os dois terços que está sendo proposto e as duas emendas que nós apresentamos, talvez com dois terços nós possamos evitar alguma injustiça, não que nós venhamos a fazer justiça, porque justiça maior seria feita se o Projeto pudesse abranger toda a política que existe dentro do nosso Município. Mas como ele não está abrangendo toda essa estrutura e só abrange, na verdade, o âmbito do Legislativo, então, que pelo menos essa tentativa de punir possa ser feita com o quórum de dois terços. Eu acho que estaríamos corrigindo ou evitando alguma injustiça que porventura poderia ser praticada em um futuro próximo, quem sabe. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Evidentemente que não há na Bancada do meu Partido uma posição final com relação à votação desta matéria. No entanto, eu tenho uma posição, alguns companheiros têm. Em combinação com o Ver. Nereu D'Ávila eu venho colocar a minha posição e de uma parcela da Bancada do PDT, porque não fizemos nenhuma reunião para discutir o comportamento do voto durante esse chamado Código de Ética.

Eu falo com a autoridade de quem teve o seu mandato popular interrompido logo na sua primeira eleição por força da ditadura militar, sem qualquer contradição, sem acusação, apenas foi publicado no Diário Oficial da União que, por decisão do Conselho de Segurança Nacional, o meu mandato havia sido cassado e os meus direitos políticos estavam suspensos por dez anos. Examinando a matéria elaborada pela Comissão e que traz a autoria do Ver. João Verle, eu parto do princípio de que todos os códigos são punitivos, não esse, mas, historicamente, tudo que é código é punitivo. Código Penal é para punir criminoso, Código Comercial é para punir sonegador, então, Código de Ética é para punir, Vereador.

Algumas inovações que esse Código traz são absolutamente inadequadas com o espírito do cidadão ou da cidadã que coloca a sua vida pública, o seu patrimônio pessoal, a sua dignidade, a sua honra a serviço da comunidade e vai disputar uma eleição. Disputa-se uma eleição, concorre-se com mais 200, 300, 400, 500 candidatos, consegue-se esse mandato e coloca-se, se aprovado esse código, na seguinte situação: três Vereadores sorteados e quatro figuras notáveis de ilibada capacidade, idoneidade perante à sociedade, podem acabar com o mandato desse Vereador pela reincidência em algumas das falhas apontadas pelo que se chama falta de decoro parlamentar.

O Decreto Federal 201, Ver. Luiz Braz, a que V. Exa. se refere com autoridade de Bacharel em Direito, regula, a partir do seu art. 5º, a punição capaz de vir a cassar o mandato de um Vereador. Nós já tivemos aqui, nesta Casa, não nesta mas na Legislatura anterior, a instalação de uma Comissão Processante que visava a levantar questões de acusação contra um integrante da Casa. Estranhamente, o Ver. Clóvis Brum era acusado de ter votado a favor de determinada matéria e quando fomos analisá-la, nós observamos que ela tinha sido votada em votação secreta. Então, a acusação também tinha um empecilho de ordem legal. Não se poderia ter acusado alguém de ter votado “sim” ou “não” quando a votação era secreta. Hoje, não temos mais caso de votação secreta por força da Lei Orgânica do Município.

Quero dizer ao Ver. João Verle que, apesar do esforço de S.Exa. e do respeito que tenho pela trajetória política do companheiro Verle, eu, pessoalmente, vou votar contra a implantação desse Código de Ética na Câmara Municipal, porque o considero colocado acima de uma lei federal, que é uma colisão impossível na hierarquia das leis. O Decreto 201 já regula a matéria, não há por que a Câmara regular procedimento processual para cassar mandato de Vereador, adverti-lo ou suspender o seu mandato por 60 dias, especialmente com essa composição.

A previsão do artigo 201, que é um instrumento da época da ditadura, é de que uma maioria de 2/3 podem vir a cassar o mandato do Vereador. A previsão desse Código é de 03 Vereadores e mais 04 notáveis da rua, da rua é no bom sentido, é de fora da Câmara de Porto Alegre. Pessoas que não sabemos quem são, que qualquer Vereador pode indicar e que venha a ser aprovado por 1/8 da Câmara, vêm aqui e dizem: olha, não vamos com a cara do Ver. Airto Ferronato, vamos tirar ele daqui.

Evidentemente que uma cassação desta ordem, com esse tipo de composição, de tribunal de julgamento, seria imediatamente derrubada por qualquer ação mínima na Justiça, especialmente na Justiça Eleitoral. Por essa razão, e por ser radicalmente contrário a qualquer código que venha a punir as pessoas, num País cheio de problemas, de desemprego, de falta de salário, de falta de dinheiro, de falta de política econômica, eu, como político, me coloco contra o Projeto, embora me considere um cidadão extremamente ético na sua atividade parlamentar. Eu acho que esse Código de Ética peca pela iniciativa e pela colisão com a Lei Orgânica, com o Regimento e com o Decreto-Lei 201. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Verle está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu gostaria de começar dizendo que este Código de Ética não é contra a Câmara e muito menos contra qualquer Vereador. É um código a favor, ou seja, nós nos comportamos bem, nós não temos por que temer. Inclusive foi argumentado em um outro momento desta Sessão, que quem não deve, não teme. O Código de Ética existe no Senado Federal, ele foi aprovado na Assembléia Legislativa do Estado, existem projetos tramitando na Câmara Federal e em inúmeros legislativos estaduais e municipais; portanto, é um código apenas para estabelecer gradações nas punições que eventualmente um comportamento inadequado de um vereador pode ensejar. Porque a nossa Lei Orgânica trata de cassação de mandato e diz que no Regimento Interno se estabelecerão outras punições. Nós só temos no Regimento Interno a figura da cassação. Então, nós achamos que é muito drástico cassar o mandato em alguns casos. Nós entendemos, como os demais códigos, que as punições vão desde advertência até a suspensão do mandato, em último caso a cassação. Se o Executivo não é incluído, quem sabe, podemos pensar em estabelecer um código de ética para os responsáveis pelo Executivo, desde o prefeito até os demais servidores responsáveis pela guarda de bens e valores.

Eu entendo que todos têm responsabilidades. A legislação existe e é clara. Nós, no caso, não podemos ser acusados de apresentar um Projeto na última hora e dificultar a discussão. Esse Projeto foi apresentado em 1994. Com a proximidade do período eleitoral nós mesmos pedimos que ele fosse retirado de tramitação. No ano de 1995 tramitou todo o tempo. Teve uma Comissão Especial que fez várias reuniões e infelizmente vários Vereadores não participaram. Nós tivemos, depois, o Projeto na Ordem do Dia e em todas os possíveis adiamentos foram feitos. Nós fizemos todas as discussões correspondentes e os Vereadores, que bem entenderam, fizeram a discussão e apresentaram emendas; inclusive, Vereadores de praticamente todas as Bancadas. O Projeto têm 16 Emendas, têm 4 Subemendas e, portanto, ele foi exaustivamente discutido por alguns Vereadores.

Sobre a reivindicação do Ver. Luiz Braz de que a cassação se dê por dois terços e não por maioria absoluta, o que inclusive é uma Emenda de autoria desse Vereador, nós temos dispositivos bem claros na Constituição de 1988 que revoga essa parte do Decreto de Lei 201, ou seja, o art. 55, inciso 6º, parágrafo 2º, da Constituição Federal diz claramente que se requer maioria absoluta para a cassação do mandato quando corresponder, a Constituição Estadual repete essa discussão, e a nossa Lei Orgânica, no art. 67, parágrafo 2º trata da questão, estabelece também, como não poderia deixar de ser, a maioria absoluta, reproduzindo no Regimento e Código de Ética do Senado, art. 45, parágrafo 1º, Código de Ética da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, no art. 3º, portanto não tem como contrariar a Legislação Federal, e a cassação é por maioria absoluta, não há como estabelecer dispositivo que estabelece um outro quórum.

Devemos votar o Código de Ética conscientes de que ele foi exaustivamente discutido, todos os Vereadores tiveram oportunidade de apresentar sugestões e emendas, e está chegando a votação após todos os adiamentos possíveis, com exceção de uma Sessão porque ele foi adiado só quatro na votação, mas quem for contra vota contra e quem quiser modificá-lo, vamos discutir as emendas. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito votação nominal para o PR nº 010/94, com ressalva dos Destaques e Emendas. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO, por 19 votos SIM, 1 voto NÃO e 5 ABSTENÇÕES.

Passamos, agora, a votação dos dispositivos destacados: 1º, 2º, 3º e 4º, do art. 20. O Ver. João Verle está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Como manda a ética, e como eu tenho me esforçado permanentemente em observar, quero fazer um encaminhamento para que os Srs. Vereadores tenham bem claro do que se trata o destaque feito pelo Ver. Pedro Américo Leal, que por razões alheias à sua vontade não está presente. Pedimos o adiamento, na semana passada, também porque o Relator, Ver. Milton Zuanazzi e o Ver. Nereu D'Ávila, autor de uma série de emendas, também não estavam presentes. Queremos fazer a votação da forma mais clara possível, tanto que não procurei nenhum Senhor Vereador ou Vereadora pedindo para votar a favor do Projeto, porque quero que cada um vote com a sua consciência, como corresponde, independente de apelos pessoais. Do que trata o destaque? No seu art. 20: “A Comissão Especial de Ética terá as prerrogativas de uma Comissão Parlamentar de Inquérito nos termos previstos da Lei Orgânica do Município e terá prazos para exarar o seu Parecer”. Colocamos nessa Comissão três Vereadores, escolhidos por sorteio e quatro representantes da sociedade civil, sendo que no Projeto original um deles era do Ministério Público. Fomos advertidos da impossibilidade de o Ministério Público designar ou indicar algum de seus membros para compor as comissões. Então, fizemos uma emenda que se o destaque não for aceito, e o texto for mantido, como esperamos, então, seriam quatro pessoas da sociedade civil que seriam indicados, cada um, por quatro Vereadores. Poderiam ser indicadas oito pessoas e este Plenário, soberanamente, decidirá entre os oito, quais participarão da Comissão Especial de Ética. Seriam, portanto, três Vereadores, quatro pessoas de ilibada reputação de fora.

Evidentemente, esta Comissão não irá julgar o que ela não pode. Isso é importante: a Comissão é apenas para fazer as averiguações correspondentes, necessárias, encaminhará depois um Parecer que o Plenário discutirá e votará. Portanto, somente o Plenário poderá decidir como corresponde-lhe a soberania. Por que razão nós estamos propondo que também pessoas de fora participem? Para evitar o que dizem, que há um espírito de corpo e que os Vereadores tendem a se proteger como vale para outros Parlamentos e que, no caso, nós teríamos uma Comissão isenta, com três Vereadores, presidida por um Vereador e que emitiria um Relatório, um Parecer, que este Plenário decidirá.

Então, esta é, em síntese, a proposta e é o destaque. Se o Ver. Pedro Américo estivesse aqui, teria votado a favor do Projeto, porque ele participou de todas as discussões na Comissão. Indicou, também, como fizeram outros Vereadores, sua assessoria jurídica para fazer a discussão. Assim, que, do ponto de vista jurídico, inclusive com contribuições do Ver. Dilamar Machado, único que, hoje, votou contra, nós fizemos Emendas para adequar o nosso Projeto à Legislação Federal existente. Logo, o Código não deve ter qualquer problema de natureza jurídica e tudo depende, portanto, de uma decisão política desta Casa. Logo, o Destaque, eu solicito aos Srs. Vereadores que rejeitem para que nós possamos ter uma Comissão Especial, constituída por 7 pessoas, 3 Vereadores e 4 não Vereadores e, evidentemente, isso, como disse muito bem a Procuradoria da Casa, consultada por nós, como manda a prudência, que isto não é ilegal, que não há nenhum problema e que a questão é de mérito, saber se os Srs. Vereadores querem ou não querem pessoas, por eles indicadas, porém, de fora dessa Casa, possam investigar, examinar, considerar as provas e as evidências e emitir um Parecer para que, então, o Plenário, soberanamente, decida. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, eu acho que é um momento importante para, aqui, apenas relatar um pequeno fato, sem antes dizer que o Ver. João Verle apresenta uma proposta importante para a Câmara Municipal de Porto Alegre, que merece uma atenção toda especial e que eu, particularmente, já votei favorável. Fui o primeiro Vereador a votar favorável. Agora, com relação a este Destaque, eu não poderia deixar de contar um pequeno episódio, nesta semana passada, no colégio onde estuda a minha filha de 10 anos, um professor disse que os políticos são todos uns ladrões, ganham uma fortuna, e por aí foi avacalhando, e uma coleguinha da minha filha disse: “Mas a Mariana é filha do Ferronato!”, o Professor disse: “Então vai para casa e pergunta quanto ele ganha”. No outro dia, pela manhã, fui lá, mostrei e fiz um fiasco. Já imaginou, Ver. João Verle, se uma pessoa com essa visão, apesar de ilibada venha, aqui na Câmara, a tomar uma posição? Acho bastante delicado. Por isso acredito que a Câmara tem pessoas conscientes, sérias, responsáveis, zelosas, escolhidas pela população de Porto Alegre e que poderão compor esta Comissão sem a interferência de terceiros. Seguindo essa linha, nós, Vereadores, Poder Legislativo, poderíamos ser escolhidos para fazer alguns pareceres no Poder Judiciário, Executivo e assim por diante, o que, na verdade, não tem ocorrido. Esse fato ocorrido nessa semana demonstra que assim como se diz, e ocorre, sim, excessos e etc., também o nosso cidadão, do outro lado, muitas vezes é exagerado, fala o que não sabe, diz o que pensa e comete um caminhão de injustiças, sem saber o que está dizendo, às vezes, por completa ignorância, sendo até professor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar Machado está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, o que vai ser votado, agora, é se permanecem esses parágrafos no art. 20. Eu conversei com pelo menos três Vereadores desta Casa que me disseram que não leram este Projeto, talvez por isso tenha sido eu o único a votar contra. Pediria a atenção dos Vereadores para o que vou ler agora, porque é isso o que vamos votar. o art. 20 já começa dizendo que a Comissão Especial de Ética terá as mesmas prerrogativas de uma CPI. § 1º: “A Comissão Especial de Ética será constituída por três Vereadores, escolhidos por sorteio”, o que já é uma falta de ética escolher Vereador por sorteio. Isso não é jogo de bumbo. Isso é um pagamento que as pessoas são escolhidas por sua idoneidade, por sua capacidade. Isso é pior do que voto secreto. (Lê.) “Três Vereadores ...” Desde quando idade significa alguma coisa? Pode significar para mim ou para o Dib, ou para o Pedro Américo Leal, um pouco mais de visão ou de experiência. Mas não significa que o Vereador, por ser mais idoso, vai ter que presidir uma Comissão Especial de Ética. Desde quando o mais velho é o mais sério? Quando é que a Vera. Maria do Rosário, na sua tenra idade poderá presidir uma Comissão de Ética? Só quando envelhecer, lá no seu quinto ou sexto mandato. (Lê.) “O Vereador mais idoso ...” Quer dizer, dos Vereadores o mais idoso preside, o Relator, os membros da Comissão. São quatro externos e três internos sorteados. (Lê.) “Os representantes da sociedade civil ...” Vamos ter eleição aqui na Câmara entre as “pessoas de ilibada” reputação? Que conceito mais subjetivo! O que é “ilibada reputação”? Eu conheço muito canalha neste País que tem ilibada reputação, mas que, de repente, vai para a cadeia por estupro, por atentado violento ao pudor, por matar famílias inteiras, por roubar nas suas empresas, por maltratar trabalhadores, por atos de discriminação racial e sexual. Ilibada reputação não é termo que se conste em uma lei. Isso não é brincadeira. (Lê.) “Os membros ...” Eu já estou excluído, porque na época da ditadura, em 1969, por determinação dos generais de plantão, tive meu mandato cassado por ser subversivo, e por dez anos tive meu direito político suspenso. Isso se chama arrombar a Lei. Isso é uma afronta à Lei Penal e ao Processo Penal deste País. Na realidade, este Projeto, não contra o Ver. Verle, até porque o Projeto não é dele, o Projeto é de uma comissão, porque eu entendi, lendo o Projeto, que ele é uma afronta ao próprio exercício do mandato de Vereador: ninguém, aqui, chega de pára-quedas, ninguém aqui é nomeado por ninguém; para sermos Vereador, precisamos ter voto e todos nós sabemos que não é fácil conseguir votos da população que hoje tem uma prevenção natural, como aquilo que disse o Ver. Ferronato, contra o exercício do mandato de Vereador.

Eu fui o único a votar contra o Projeto, é verdade, agora, tenho absoluta convicção de que a maioria vai votar pela retirada desta matéria destacada no texto. Portanto, encaminho o voto não. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, votei “sim”, favorável ao Projeto de Lei apresentado pelo Ver. João Verle, exatamente, porque não sou um dos 3 Vereadores mencionados pelo Ver. Dilamar Machado que não teriam lido o Projeto.

Votei, absolutamente, consciente em relação ao Projeto. Agora, como o Ver. Dilamar discordo, e discordo radicalmente do teor do art. 20. Portanto, vou votar contrário ao art. 20. Agora, voto contrário, não contrário ao espírito daquilo que está contido no artigo, mas, sim, na medida em que o artigo é polêmico. Eu entendo que a Casa, ao manter apenas o “caput” do mesmo, abrirá uma possibilidade para que, posteriormente, os Vereadores, no seu todo ou através da representação das Lideranças com a Mesa Diretora, possam, então, encontrar uma maneira, senão consensual, ao menos de maioria, para fazer o regramento em relação ao art. 20 ou, em não sendo possível isso, o art. 20 seguirá aqueles trâmites previstos em relação às Comissões de Inquérito. É nesse sentido que voto contrário aos parágrafos, portanto, voto favorável ao Destaque.

Eu entendo que, por mais riscos que corramos do corporativismo, “interna corporis” em relação à Casa, pior risco nós correríamos, se trouxéssemos pessoas, por vezes, não afeiçoadas às características específicas da Casa para fazer encaminhamentos específicos da Casa. Sem situações tão radicais, quanto aquela citada pelo Ver. Ferronato, mas que não é tão rara assim, infelizmente, chamarei atenção de um prejuízo que vem sendo divulgado ao longo de anos, através da mídia, de um modo geral – o julgamento da atividade dos vereadores pela presença em Plenário. Estamos cansados de ver nos meios de comunicação o julgamento da qualidade de um vereador, deputado, senador apenas pela sua presença em Plenário. Isso é ridículo e é praticado através da mídia que, pretensamente, deveria ser bem esclarecida para bem esclarecer. É em cima desses desvios que me preocupa o teor do art. 20.

Portanto, não por ser contrário a que se pense como regra um, mas por ser contrário a algumas das regras aí colocadas, e porque entendo que temos uma outra alternativa (que é a discussão posterior com as Lideranças e com a Mesa) e sem essa pressão do todo com relação ao Projeto, poderemos encaminhar isso em um segundo momento. Eu prefiro retirar agora e garantir uma discussão posterior com mais calma a partir daquilo que tenha sido aprovado ou rejeitado em relação ao básico do Projeto apresentado pelo Ver. João Verle. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar o Destaque.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Dilamar Machado já encaminhou brilhantemente, expondo as razões pelas quais não poderíamos deixar no texto este artigo. Nós nos sentimos contemplados na sua manifestação. Mas achamos importante também fazer uma reflexão, Srs. Vereadores. Desde que cheguei nesta Casa, vi sempre estampada uma preocupação de que o Poder Legislativo seja sempre desprestigiado perante a população. E já vim várias vezes a esta tribuna dizer que a Bancada governista nesta Casa tem sido incessantemente ferrenha nesta postura de desprestígio ao Poder Legislativo.

Eu me questionava, e o Ver. Luiz Braz levantava justamente essa discussão, para que nós analisássemos o porquê de não se preocuparem com um código de ética para o Executivo, para as funções do Executivo. A preocupação é sempre em cima do Legislativo, enquanto que o Executivo pode fazer o que bem entende. Os seus secretários, os seus cargos de confiança podem agir sem ética, podem agir de qualquer forma; não existe nada que os puna. Por que estamos aí com uma CPI? Por princípios éticos não estariam mais sendo secretários. Eu pedi e espero que esta CPI se manifeste a respeito. Não deveriam nem ser secretários enquanto se está desenvolvendo a apuração dos fatos. Esse é um princípio ético.

Mas vejam bem, estão sempre pondo amarras no Legislativo, estão sempre procurando dar uma imagem, como se o Legislativo não tivesse ética, ou estivesse preocupado com isso. Nós tínhamos que estar nos preocupando é justamente com outras posturas, como quando, por exemplo, um Prefeito desrespeita o Poder Legislativo e não regulamenta uma lei durante um ano, dois anos. Onde é que está o nosso poder, a nossa força? Quando agora, numa simples atuação por questões politiqueiras, essa questão das ruas de Porto Alegre, que a Bancada do governo libera tudo que é rua para eles darem nomes, e para os outros criam todos os problemas. Isso é politicagem, é antiético, é imoral. E assim tantas outras posturas.

Então, me preocupa quando o Poder Legislativo se curva a esse poder do Poder Executivo. Tenho feito críticas à nossa postura, pois acho que devemos fazer essas reflexões par analisarmos onde queremos ir. Agora, sermos conduzidos pelos meios de comunicação ou por qualquer governo, por qualquer Prefeito de qualquer partido, é inadmissível. O Poder Legislativo tem se submetido, indubitavelmente, neste País, aos Poderes Executivos de todos os partidos. Essa tem sido a prática. O Poder Legislativo não tem sabido se livrar dessas amarras, das trocas de favores, das interferências e das ingerências. No dia em que o Poder Legislativo aprender isso começará a fazer, realmente, aquilo que é vontade do povo e não aparecerão absurdos como o dizer que os Vereadores não têm capacidade ou representatividade para se julgarem. Ora, se alguém que entra nesta Casa pelo voto popular, com um mandato dado pelo povo da Cidade, conquistado democraticamente não tem capacidade! Tem que se submeter a alguém querer indicar um cidadão para vir representar. Ora, quando vim para cá, eu disse que não admitiria ingerência. Não tenho outro poder paralelo a este. Acima de nós todos está o povo, mas não essa submissão que se impõe a título de quererem ser éticos, morais. Ora, Srs. Vereadores, é bom que analisemos profundamente sobre aonde queremos levar o Poder Legislativo. Isso era muito bom nos governos totalitários, com partidos únicos. Lá eles gostam desse tipo de postura. Gostam de Poder Legislativo atrelado, submisso e comandado, de fazer todo esse jogo que as ditaduras são senhoras de fazer; agora, não gostam da democracia: preferem as trocas, as boas relações, as submissões ao Executivo. Isso, abominamos; isso, não aceitamos. O Poder Legislativo tem que saber se impor. Este artigo, no mínimo, é antiético e imoral. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A Comissão Especial de Ética terá as mesmas prerrogativas de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, nos termos do previsto por esse tipo de comissão na LOM, e terá prazo de 30 dias, prorrogáveis mais uma vez por quinze dias para exarar seu parecer. (Lê § 1º.)

Senhor Presidente, quando se busca, de forma tão afanosa, garantir a respeitabilidade desta Casa com a criação deste Código de Ética Parlamentar, alguns assuntos não podem ser olvidados e nem permitirem que se coloquem de uma forma inadequada dentro de um processo, que vem com tão salutares preocupações. Até, Ver. Dilamar Machado, eu acho que, de certa maneira, olharam para V. Exa. e para este modesto Vereador, e entenderam que nós dois, provavelmente, fôssemos escolhidos os mais idosos da Casa e, acrescentando, o Ver. João Antonio Dib, nos dariam, nesta Legislatura, o privilégio de sermos os prováveis presidentes dessa comissão. Eu aprendi, Ver. Dilamar, que o tempo para algumas pessoas ensina muito e, para outros não ensina nada. Ser idoso, ao contrário do que diziam os romanos, não é sinal de sabedoria, porque para algumas pessoas, por mais tempo que corra, menos possibilidade têm de aprender determinadas situações. Mas esse critério da senilidade ainda é razoavelmente defensível, se comparado com outro, que nos fala de sorteio, Sr. Presidente. Eu fico até imaginando que nós teríamos aqui alguma coisa como aqueles equipamentos, usados nos bingos de onde sairiam os nomes indicados, sorteados dos trinta e três Vereadores. Não me parece que um assunto sério como este, tão bem enfocado, possa ser desfigurado por essas situações que não são as mais credenciadoras para a qualidade do Projeto de Lei.

Por isso, Sr. Presidente, vim à tribuna para fazer esses comentários e para que alguém não entenda que eu não saiba o que estou votando, apesar de não ter votado o Projeto de Lei anterior. Uma Comissão que tenha as qualidades, os requisitos e as prerrogativas de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, tem que ser olhada com muito cuidado, porque CPI, Ver. Elói Guimarães, é algo que nós gostamos muito quando ela busca averiguar um fato sobre o qual nós temos interesse, mas quando é o contrário, nós criamos toda a sorte do mundo de dificuldades para que ela funcione. Então, isso é um assunto muito sério e até eu diria que mais do que as prerrogativas que essa Comissão Especial de Ética tem sugerido, a CPI, acho que é a mais adequada para ser a comissão processante, de que nos fala o nosso Regimento. Mas, como se discute se o art. 20, destacado, prevalece ou não prevalece, estou da tribuna antecipando a minha posição contrária no sentido de que ele permaneça no texto, na medida em que com ele discordo.

Era isso, Sr. Presidente, que gostaria de colocar de uma forma clara para que não passasse dúvida de que nós sabemos o que estamos votando e as razões pelas quais estamos discordando e votando contrariamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais oradores inscritos. Esclarecemos ao Ver. João Verle que nos suscitou uma questão, indagando se ele já havia encaminhado, que ele já encaminhou como autor da Emenda. E se o PT poderia encaminhar através do Ver. Gerson Almeida.

A Mesa consulta a Diretoria Legislativa sobre a faculdade de encaminharem o autor e o partido, separadamente, o Projeto.

Nós estamos votando um Destaque cujo Requerimento é do Ver. Pedro Américo Leal. Então, não é possível – o teor das avaliações da Diretoria Legislativa – haver um encaminhamento como autor e outro pelo partido. Em relação ao Projeto poderia. Colocamos em votação os §§ 1º, 2º, 3º e 4º, do art. 20.

 

O SR. MILTON ZUANAZZI (Questão de Ordem): É ponderável esta votação que faremos, agora, do Destaque. No entanto, eu consulto a V. Exa.: retirado o art. 20 e esses parágrafos, a Comissão fica sem Comissão processante, fica sem finalidade. Como reparar a inexistência desse artigo, já que me inclino que não devesse ser essa a composição?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que a questão suscitada é uma questão de mérito, em relação ao texto do artigo e não pode responder a V. Exa.; se fosse de natureza processual, em relação à tramitação do Projeto, poderia informar a V. Exa. Como se trata de matéria de conteúdo do Projeto, ela não tem condições de lhe informar, nem estaria mais no momento adequado para tal. Fica o registro nos Anais da Casa.

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Se for mantido o “caput” do art. 20, se mantém a Comissão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que não é Questão de Ordem. Isso é matéria de conteúdo do Projeto; não se constitui, embora sábio o seu entendimento, em Questão de Ordem. Esta Mesa se escusou de entrar no conteúdo do Projeto porque não lhe compete tal mister.

Em votação nominal. (Após a chamada.) REJEITADOS os dispositivos destacados por 18 votos NÃO e 10 votos SIM. Em conseqüência do que, retiram-se do texto os Parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º, do art. 20, do PR nº 010/94.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tendo tomado conhecimento, nesse momento, de um ofício encaminhado a esta Casa pelo Sr. Prefeito Municipal ...

 

O SR. PRESIDENTE: Nobre Vereador, estamos em processo de votação, essa matéria não é constante da Ordem do Dia, só poderá ser apreciada após o término da Ordem do Dia.

Para encaminhar, o Ver. Nereu D'Ávila, o pedido de Destaque referente ao inciso I, do art. 5º, do PR nº 10/94.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos votando a supressão, por destaque, do inciso I, do Art. 5º. Havíamos apresentado emenda nesse sentido que não foi aceita pelo Relator; agora, repete-se a emenda porque é o destaque, somos favoráveis ao destaque, porque diz o inciso 1º: “Quanto às normas de conduta social, letra A, comportar-se dentro ou fora da Câmara, por atos, ou palavras de forma atentatória à dignidade e às responsabilidades da função pública, ao decoro parlamentar”. Acontece que o art. 29 da Constituição Federal diz que o Município reger-se-á por Lei Orgânica, aprovada por 2/3 da Câmara. Diz, no inciso 6º da Constituição Federal: “inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município.

Entendíamos, na Emenda, que é despicienda esta colocação no Projeto, porque o Vereador é inviolável. E aqui se estabelecem normas de conduta social; “comportar-se dentro ou fora da Câmara”.

Isto aqui está mais para colégio do que para uma Câmara, onde os Vereadores tem inviolabilidade pela Constituição Federal, por opiniões, palavras e votos. E não é só no âmbito na Câmara, é na circunscrição do Município.

Esta grande conquista da Constituição Federal de 1988, estendeu, praticamente, à Câmara um dispositivo que lhe assegura independência, porque senão poderíamos ser constrangidos, como fui certa vez numa situação em que um soldado me intimou a ir a uma delegacia por um incidente que um cidadão bêbado na vila, que não trabalhava, morava com a irmã, puxou uma faca e quis me agredir, por motivos da cabeça dele, pois eu estava ali com outra função. E fui a um bar, onde tinha um telefone e chamei a Brigada. E a Brigada me intimou e fui preso na 2ª Delegacia. Disse que não tinha que ir à delegacia, pois era inviolável. Ele disse que não, que eu não era inviolável. E fui para não criar problemas.

Temos este dispositivo, ele não podia me prender, nem me levar conduzido, mesmo que eu não estivesse com a razão. E eu estava coberto de razão, o bêbado era o outro, o vagabundo era o outro. A inviolabilidade é para isso.

Não se pode colocar aqui, com todo o respeito, numa lei municipal: “comportar-se por atos ou palavras”. Por atos e palavras nós somos invioláveis.

Por isso sou favorável ao destaque. O que ocorre aqui é que vamos suprimir, também, a letra b, que eu, na Emenda, não suprimia, mas agora como na Câmara acontece a gente estuda, apresenta emendas, depois o relator não concorda e a emenda vai para o balaio. E aí vem o destaque e o destaque vai além da emenda. E aí tem que se ficar com o destaque, porque não há destaque só para a letra “a”, o destaque agora é para o inciso todo. Por isso eu, na dúvida, fico com o destaque. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Verle está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O Ver. Nereu D'Ávila na dúvida fica com o Destaque, eu no Destaque fico com dúvidas. Na realidade o Ver. Nereu D'Ávila teve uma Emenda de supressão que foi rejeitada na Comissão. Depois ele fez uma outra emenda, a Emenda nº 15, para suprimir parte da letra a, inciso I, que eu acho que até é aceitável. No entanto, suprimir todo o inciso é equivocado, porque nós não podemos confundir a inviolabilidade com a imunidade formal. O Vereador não tem imunidade formal, pelo seus atos ele responde, independente de autorização desta Casa. Agora, quanto a suas opiniões, palavra e votos, sim, ele é inviolável. E o Vereador atentou bastante para isso, nós inclusive vamos aprovar emendas suas nesse sentido. Agora, aqui nós não podemos aprovar o Destaque, porque a letra “a” diz assim: “Comportar-se dentro ou fora da Câmara por atos ou palavras, de forma atentatória a dignidade, etc.” Então a inviolabilidade não inclui os atos, só opiniões, palavras e votos. E o mais sério é a letra “b’: “A prática da discriminação de gênero, especialmente o assédio sexual, a prática do racismo, etc.” Então nós não podemos, Srs. Vereadores, excluir esta parte, porque é muito importante.

Nós vamos propor ao autor, votarmos todos, contra o seu Destaque, manter no texto e retirar aprovando a Emenda nº 15, palavras na letra “a”. Então com isso nós estaríamos, quanto a normas de conduta social, assegurando que esta Casa comporta-se adequadamente, não pratica nenhum ato que venha a atentar a dignidade e a responsabilidade da função pública. Parece-me que isso é fundamental. Da mesma forma seria muito desagradável nós retirarmos de um Código de Ética a prática da discriminação de gênero, o assédio sexual, a prática do racismo, da xenofobia e outros. o próprio Vereador diz que essas questões estão regradas em outros instrumentos legais, então não são novidade. Como no Código nós pretendemos fazer um relacionamento para termos bem claro, não ter que estar recorrendo a outra legislação, nós já teríamos aqui codificadas a maioria das situações de algum eventual deslize.

Por isso penso que devemos rejeitar este destaque e depois fazermos a discussão correspondente quando analisarmos a Emenda nº 15 – retirar a expressão ou palavra da letra “a” – por isso apelo, inclusive, ao próprio autor do destaque para que não mutilemos o nosso Projeto do Código de Ética e asseguremos a permanência dessas duas situações de conduta social que são muito importantes e que temos que, no caso de algum deslize ou de alguma infringência, penalizar severamente, até para manter a dignidade desta Casa, recuperar o nosso prestígio que é abalado também pelo fato de que dizem que formamos um corpo que protege, defende e que não pune nenhum deslize. Não podemos ter a pretensão de sermos perfeitos e de não cometermos nenhum deslize. Agora, se cometermos algum deslize, alguma falha, alguma infração à ética devemos submeter-nos ao julgamento desta Casa e, se for o caso, à penalidade.

Para concluir, só em última instância, em casos graves é a cassação do mandato, que, aliás, é a única possibilidade prevista na nossa Lei Orgânica. Portanto, outras penalidades previstas no Código podem e devem ser consideradas, devem ser contempladas. Muito obrigado.

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, foi muito bem solicitado, requerido esse Destaque porque, quanto às normas de conduta social, quanto à “comportar-se”, eu acho que se alguém foi eleito pelo povo de Porto Alegre e não sabe se comportar, não tem educação, não poderia nem ter sido eleito. É uma coisa tão elementar, tão sem sentido de estar aqui corporificada numa legislação que eu acho até que pode servir de brincadeira para nós: “Olha, lá, agora, eles vão ter normas de conduta social! Vão aprender a se comportar”. O Ver. João Verle, que é economista, funcionário do Tribunal de Contas, vai ter que vir aqui e aprender normas de se comportar. O Ver. Milton Zuanazzi, que já foi Presidente da CRT, vai ter normas de conduta para saber se comportar quando andar na rua. O Ver. Airto Ferronato, que é também alta expressão da nossa área financeira, também vai ter que se comportar.

Ora, isso aqui eu posso interpretar como uma brincadeira, não mais do que isso, porque alguém que é eleito vir aqui e apresentar um artigo de uma lei, dando isso como uma coisa séria? Eu não tenho condições de dizer a nenhum dos Senhores: “ Olhe, aprenda a se comportar na rua, Sr. Vereador senão, vai haver um Código de Ética lá na Câmara que vai pegar o Senhor”. Ora, o que é isso? Eu acho que é, simplesmente, mais um absurdo que está aqui jogado. Mas como o pessoal se curva às pressões, à imprensa, e gosta dessa parafernália de destruição do Poder Legislativo, tudo é válido! E, depois, vêm aqui propor o fim da democracia! O que é isso? Desde que li a redação de todos os textos eu disse: o que é isso? Mas o que estamos fazendo conosco? Mas é desse tipo de comportamento que os meios de comunicação, aqueles que controlam a vida de alguns, se valem para poder determinar como tem que ser dentro e fora da Casa, como se, por acaso, as pessoas eleitas aqui não fossem pessoas sérias, responsáveis, com qualificações para estarem nos seus cargos? Ficar repetindo a Constituição é simplesmente inócuo: falar que não pode fazer discriminação. Ora, mas quem chegou nesta Casa fazendo algum tipo de discriminação ou praticando assédio sexual? É tudo brincadeira. Entendo que foi, num espírito hilariante, que quiseram colocar a Câmara e o Poder Legislativo neste País mais abaixo do que é colocado.

Então, está correto o Ver. Nereu D'Ávila, tem que se destacar toda a expressão, retirar tudo. Depois, se quiserem, já conseguiram aprovar o Código de Ética, vão fazer legislações complementares e complementar aquilo que acham que melhorará o mérito. Mas nós não podemos concordar em manter o art. 5º, no seu inciso I. Concordamos com o Ver. Nereu D'Ávila que deve ser suprimido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Raul Carrion, para encaminhar.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vamos fazer o encaminhamento e espero que breve. Não pretendo, em nome da Bancada, encaminhar todos os Destaques e Emendas, mas considero importante dar uma opinião geral, aproveitando a votação desse Destaque.

Nossa Bancada – do Partido Comunista do Brasil – já sofreu na carne a cassação dos seus mandatos, como em 1947, no Governo Dutra. Engendraram um processo, colocaram na ilegalidade o nosso Partido e cassaram a nossa Bancada.

Então, a nossa preocupação em defender um mandato popular, a imunidade do mandato popular e o direito de somente o povo cassar os seus representantes, avaliando a sua conduta moral, ética, o seu comportamento político, para nós é uma questão de princípios. Temos muita preocupação com todos esses códigos que buscam criar possibilidade da cassação do mandato dos colegas. Não dizemos que não seja absolutamente correto em determinadas circunstâncias, mas temos muita preocupação com esse assunto.

Nesse sentido, achamos que o inciso I, do item “b”, tem validade, pois trata questões sérias como a discriminação, como o assédio sexual. Se houvesse um destaque para o item “a”, nós votaríamos pelo destaque. Acontece que, no item “a”, há uma certa correção através da Emenda do Ver. Nereu D'Ávila – que nós apoiaremos – que retira expressão “palavras”, pois é inconstitucional querer enquadrar o Vereador pelo que ele diz, pelo que vota. Para essa questão já há a concordância do Ver. João Verle.

Mas achamos que, mesmo retirando a expressão referida, o item é questionável. Como exemplo, vou recordar uma foto histórica do Ver. Valneri Antunes, quando era carregado por cerca de oito brigadianos durante uma luta popular, que poderia sugerir que esse Vereador tivesse praticado um ato de desacato a autoridade, comportamento atentatório à dignidade e à responsabilidade da função pública. O Ver. Valneri Antunes poderia, numa eventual maioria, nesta Casa, ter seu mandato cassado.

Quero recordar as várias lutas que participei ao lado da Dep. Jussara Cony contra despejos e em outros movimentos populares, quando muitas vezes enfrentamos a Brigada e autoridades para defender o povo. Alguém pode dizer que isso é atentatório e perguntar como que um Vereador vai lá enfrentar a polícia e o oficial de justiça! Então é muito delicado.

Apesar disso, penso que em determinados momentos o Projeto do Ver. João Verle – com a preocupação que, tenho certeza, é a melhor do mundo – ele abre muito o leque das restrições ao mandato. Quem tem que cassar ou decidir sobre o mandato do Vereador é o povo, no período de quatro em quatro anos, salvo em situação realmente muito sérias, como penso que são o item “b” e outros que tratam da corrupção.

O encaminhamento da votação do PC do B vai ser, nesse caso, contrária ao destaque, porque o item “b” deve permanecer. Será, também, favorável à Emenda do Ver. Nereu. Mas principalmente no item “a” – ainda que a nossa preocupação seja mais geral – de repente teremos que trabalhar depois esse Código de Ética e suprimir algumas coisas. Mas, neste momento, vamos aceitar, principalmente pelo item “b”.

Este é o encaminhamento da Bancada. Deixo aqui registradas essas preocupações mais genéricas, porque teremos que trabalhar esse Código, onde ele coíba a ação do Vereador. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu sou um Vereador muito presunçoso e não preciso do Código de Ética – e até está provado – para proceder corretamente, porque sempre tento proceder dessa forma, e aí há uma coisa que se chama bom-senso que faz com que a gente proceda corretamente. Vejam V. Exas. o debate que está sendo travado aqui, o Vereador que me antecedeu dizia que aquelas inteligentes fotos do Ver. Valneri Antunes, porque foram provocadas, alguém tem alguma dúvida, seriam razão de cassação do mandato do Ver. Valneri Antunes, porque uma maioria na Câmara poderia tomar tal iniciativa e cometer tal gesto tresloucado. Vejam V. Exas. que desrespeito para a Câmara Municipal: se a maioria era capaz de fazer isso, era capaz também de improvisar qualquer ato, qualquer prova que não fosse real, ou a maioria aqui é apenas número. A maioria é séria, responsável, nunca faria o que se propôs, o que se disse, o que se argumentou para cassar o mandato de alguém. Então, vejo com tranqüilidade a preocupação do Ver. Nereu D'Ávila, o problema da palavra: realmente, de repente, nós não dominamos a nossa palavra, nos excedemos. E até nem era bem aquilo que era para ser dito, foi mal-interpretado o que dissemos. Parece-me, então, que a palavra retirada resolve todos os problemas, e até não precisaríamos entrar noite a dentro discutindo.

Agora, o certo é que no mundo só existem dois caminhos: o certo e o errado. Não tem três. Eu não sei por que toda essa preocupação, aqui, com o que vão fazer ou deixar de fazer, imaginar o que poderá ser feito. Se é para imaginar, eu pego a maioria da Câmara e faço qualquer coisa. Isso eu sei que esta Câmara tem dignidade, tem honra, sem nunca ter lido o código de ética.

Não tenho nenhuma preocupação que os meus Pares cometessem a ilegalidade, a heresia, a molecagem, de cometer uma atrocidade, de fazer uma barbaridade, em razão de uma palavra, sem provas maiores, de um ato, sem provas maiores, de uma foto, sem provas maiores, cassar o mandato de alguém. Até porque é instintiva a solidariedade para que o mandato não seja cassado. É normal isso aí, é humano. Se alguma maioria quiser fazer, que o faça, com a palavra, com o ato, ou sem a palavra e sem o ato. Não há necessidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu pensei que quando da revogação do Ato Institucional nº 5 eu não devesse mais me preocupar com o problema de cassação de mandatos e coisas do gênero. Eu pensei que superado aquele período de reorganização nacional, próprio de processos políticos administrativos que se degeneram, este assunto estaria superado. Ledo engano, Sr. Presidente, em plena vigência da democracia, o Congresso Nacional, há poucos meses, teve que usar das suas prerrogativas para afastar do convívio dos Parlamentares alguns integrantes da Casa que, no juízo momentâneo de uma Comissão Processante, não deveriam lá permanecer, cometendo, neste momento, algumas injustiças no juízo, ora de um, ora de outro, alguns entendendo que o Congresso havia sido omisso, fraco, frágil, tímido, não punindo determinadas figuras parlamentares ali incriminadas.

Até dou um exemplo: a esquerda toda brasileira entende que o Deputado Ricardo Fiúza, que foi Deputado Federal pelo meu Partido, deveria ter sido afastado por decisão do Congresso Nacional, naquela ocasião. Outros entendem que, com relação ao Deputado Ibsen Pinheiro, houve exageros na punição. E, aí, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com relação àquele ato existem as mais contraditórias opiniões. Agora, enquanto Vereador nesta Casa, eu sou chamado a decidir se constarão de uma Lei, que pretende defender a ética parlamentar, os dispositivos que determinam como os Vereadores deverão se comportar dentro e fora da Câmara, por atos ou palavras, de forma atentatória à dignidade e às responsabilidades da função pública e ao decoro parlamentar. Eu quero, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizer que, tranqüilamente, eu sou um homem responsável. Acho que nem aqui dentro e nem fora desta Casa eu possa ter atos que façam com que a dignidade desse Parlamento possa ser levemente tangenciado. Isso não implica que eu dê guarida a alguns conceitos muito amplos de difícil precisão que estão inseridos nesse dispositivo que se quer ver suprimido pelo destaque apresentado. A própria expressão “decoro parlamentar” é de uma amplitude infinita, como é difícil estabelecer quais as palavras politicamente certas, que dentro ou fora da Câmara, eu deverei utilizar em determinado momento com qualquer um dos integrantes da Casa. Muitas vezes, a minha verdade poderá ferir os ouvidos de outros tantos, e em outras tantas situações o inverso poderá ocorrer.

Acho que a prática democrática tem que ser caracterizada pela tolerância, pelo respeito comum, e para a compreensão de determinadas situações. Quem não sabe que no calor do debate parlamentar muitas vezes surge exaltação, e que na exaltação, muitas vezes, ocorrem situações que não são exatamente aquelas desejadas pelos seus integrantes? Aqui mesmo, vários Vereadores, durante esta Legislatura, se alteraram, às vezes até de forma pesada, e nem por isso estariam cometendo qualquer uma situação que não lhe recomendasse a sua presença nesta Casa. Um princípio secular do direito diz que na dúvida se fica com o réu: “In dúbio pro reu”.

Na dúvida de que se esse dispositivo vai contribuir para que eleve a dignidade do exercício do mandato parlamentar, ou se contribuirá para asfixiar o bom desempenho do mandato, fico com o destaque. Voto pela supressão desse dispositivo conforme foi requerido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação, por 2 horas, da presente Sessão Ordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam a prorrogação permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com os votos contrários dos Vereadores João Dib, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Milton Zuanazzi e Luiz Negrinho.

Em votação o Destaque ao inciso I do art. 5º do PR nº 10/94. (Após a chamada.) REJEITADO o dispositivo, retirado do texto, por 16 votos SIM, 6 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.

Em votação a Emenda nº 07, destacada.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Para colaborar com a Mesa, V. Exa. tem que declarar a prejudicialidade da Emenda nº 15.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. tem absoluta razão. Em face da rejeição do presente dispositivo fica prejudicada a Emenda nº 15. A Emenda nº 07 é de autoria do Ver. Nereu D'Ávila. Estamos votando a Emenda destacada. O destaque é do Ver. João Verle.

 

O SR. JOÃO VERLE (Requerimento): O destaque é para eu poder encaminhar, senão não tinha chance. Ela foi aprovada pelo Relator, com subemendas. Como é complicada, precisa ser destacada para todos entenderem.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Verle está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A Emenda nº 7, do Ver. Nereu D'Ávila, é muito parecida com a Emenda anterior, que teve Parecer contrário do Relator, mas que, por um destaque, conseguiu o milagre de ser retirada. Esta Câmara agora não vai mais punir o assédio sexual e o racismo porque achou que isso era normal. Eu estranho e lamento profundamente.

Já a Emenda nº 7, quanto a normas de conduta nas Sessões de trabalho da Câmara, são sete itens e o Ver. Nereu D'Ávila quer retirar dos sete, apenas seis, ou seja, ele deixa a letra “f”: “desrespeitar a propriedade intelectual das proposições”. Já o Relator fez uma Subemenda repondo a letra “g”: “atuar de forma negligente ou deixar de agir com diligência e probidade no desempenho das funções administrativas para as quais for designado durante o mandato e em decorrência do mesmo”. Nós fizemos mais duas Subemendas para repor as letras “b” e “d”, e também a letra “c”. Em resumo, concordamos com que as letras “a” e “e” sejam retiradas.

Efetivamente, a letra “a”: “utilizar em seus pronunciamentos palavras e expressões incompatíveis com a dignidade do cargo”. Concordamos com que aqui a inviolabilidade do Vereador realmente estaria prejudicada se mantivéssemos a proibição. Vamos aceitar que os Vereadores utilizem palavras ou expressões incompatíveis. Em alguns casos a própria Mesa tem expurgado essas expressões.

Já a letra “e”: “acusar Vereador, no curso de uma discussão, ofendendo a sua honorabilidade, com argüições inverídicas ou improcedentes”. Concordamos com que se retire, embora não achemos correto fazer isso, porque no calor da discussão ninguém pode ter certeza se são inverídicas, incorretas ou não. Isso será provado ou não, posteriormente.

A letra “c”: perturbar a boa ordem dos trabalhos em Plenário ou nas demais atividades da Câmara, não se relaciona simplesmente com a inviolabilidade, porque esta perturbação não se dá apenas por palavras. Pode se dar das mais variadas formas, inclusive por atos, agressões ou qualquer outra forma incompatível com o decoro do mandato parlamentar. Estamos contra a Emenda nº 7, cuja aprovação foi recomendada pelo Relator, e apresentamos a Emenda nº 16, onde retiramos os itens “a” e “e”. O encaminhamento é contra. Já não há quórum. Vamos ter que retomar essa discussão na próxima Sessão. Só com a verificação de quórum poderemos constatar. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE: (Após a chamada.) Onze Vereadores presentes em Plenário. Não há quórum. Encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h46min.)

 

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